Uma série de jogos como titular, a impressão de uma confiança e uma condição física renovadas e, em seguida, um golaço contra o Milan: após o início duvidoso em sua primeira temporada italiana, o francês Adrien Rabiot começa a se estabelecer no meio de campo da Juventus.

O primeiro gol italiano do ex-jogador do PSG, há uma semana em San Siro, demorou a chegar, mas valeu a pena esperar.

Uma disputa de bola vencida contra o marfinense Franck Kessié, uma bola por entre as pernas de Theo Hernandez, uma corrida de 40 metros com a cabeça erguida deixando para trás outros dois defensores milaneses e uma bomba de pé esquerdo no ângulo, mostrou técnica, força e classe, todas as promessas que acompanharam Rabiot desde o início de sua carreira, sem ter se materializado totalmente.

Mas também houve imagens reveladoras nos segundos que se seguiram a esse gol incrível. O francês gritou com raiva, correu para o banco de reservas e foi abraçado por todos os seus companheiros de equipe, um sinal de que sua integração está indo bem.

Um bom sinal já que o jogador francês costuma se envolver em polêmicas e muitas vezes elas tomam proporções excessivas.

– ‘Greve’ –

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O último episódio aconteceu no final do confinamento. Quando a maioria dos jogadores estrangeiros da Juventus havia retornado a Turim para participar dos treinos individuais opcionais, o francês optou por continuar na Riviera Francesa, onde se exercitou sozinho.

Para o jornal italiano La Stampa, o meia se opõe à redução salarial decidida para proteger as finanças do clube e teria se declarado “em greve”.

O jogador havia depois ironizado nas redes sociais e criticado a mídia, atraindo muitas críticas e a volta de rumores do mercado, que já indicavam sua saída de Turim para outros clubes como Liverpool ou Everton.

Não houve greve da parte dele, mas a hipótese de uma saída não nasceu por acaso. Depois de chegar a Turim com a imagem de uma boa operação, ao assinar como agente livre, o francês ficou decepcionado durante meses.

Seu técnico Maurizio Sarri o defendeu, lembrando que ele havia passado seis meses sem jogar no PSG e que havia pago um preço, primeiro físico e depois psicológico.

Antes da interrupção das competições diante do avanço do coronavírus, Rabiot havia começado a mostrar uma leve evolução, deixando para trás seu papel de substituto do compatriota Blaise Matuidi.

– Homenagem de Blanc –

Uma partida terrível contra o Lyon na Liga dos Campeões mostrou que sua situação ainda estava frágil e, com a retomada do futebol na Itália, o ex-jogador do PSG ficou no banco de reservas nas duas partidas da Copa da Itália.

Mas depois, Rabiot começou como titular em todos os jogos. Ele não brilhou de maneira consistente, mas deu a impressão de um jogador mais maduro, apresentando com melhores opções de jogo, longe daquele jogador pesado e imóvel que dava vários passes inúteis no início da temporada.

E no final das contas ele se integrou bem ao rodízio da Juventus, jogando tanto como Matuidi e mais do que o galês Aaron Ramsey, o alemão Sami Khedira, Federico Bernardeschi e Emre Can, que deixou o Borussia Dortmund no início de 2020.

“Desde o reinício, vejo um Rabiot que se parece muito com o que eu treinei. Ele toma mais iniciativas, está mais no centro do jogo, mas pode fazer melhor”, disse Laurent Blanc, ex-técnico da seleção francesa, entrevistado na semana passada pelo jornal esportivo turinês Tuttosport.


E para o ex-técnico do PSG, o melhor Adrien Rabiot ainda está por vir. “Ele tem qualidades para se tornar um dos melhores, um meia que marca entre cinco e dez gols por ano. Adrien ainda não sabe o quão bom ele é”, acrescentou Blanc.

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