Quatro homens armados sequestraram um jovem na madrugada desta quinta-feira (6/2) em Paraisópolis, favela localizada na zona sul da cidade de São Paulo. Segundo relatos, o grupo se identificou como “polícia” antes de entrar na casa e levar Gustavo Oliveira Tavera, 16 anos. Horas mais tarde, o pai da vítima esteve no local em que três corpos foram encontrados em um carro na região de Santo Amaro, também na zona sul, e reconheceu seu filho como um dos mortos.

Gustavo estava na casa em que mora com a mãe e o irmão quando foi sequestrado. Segundo relato de uma familiar, homens bateram na porta, acordando a família. Disseram que eram “a polícia” e que entrariam de “qualquer jeito”. Eles buscavam um homem apelidado de Orelha, segundo os familiares. Um dos homens apontou uma arma para o rosto da mãe de Gustavo antes de levá-lo.

“Os caras se identificaram como policiais, estavam em um carro preto”, afirmou o parente de Gustavo, em entrevista para a Ponte, pedindo para não ser identificado, com medo de represálias.

O pai do adolescente, Thiago Tavera, afirmou que reconheceu o corpo do filho pela roupa que ele vestia: uma camisa do Palmeiras. “Eu estava trabalhando na hora, trabalho em posto de gasolina. O Gustavo não era de sair, era da escola para casa e igreja. Pegaram meu filho de forma errada”, lamentou à Ponte.

Além de Gustavo, o veículo tinha outros dois corpos, de um jovem de 18 anos, de nome Edinaldo, e uma outra pessoa ainda não identificada, segundo informação da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.

Thiago contou que o corpo do filho estava em um carro, junto de outros dois jovens mortos. O pai está no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, responsável pelas investigações do caso.

A Ponte questionou a Secretaria da Segurança Pública, comandada pelo general João Camilo Pires de Campos no governo de João Doria (PSDB), sobre o sequestro do jovem e aguarda um posicionamento oficial.