As autoridades russas proibiram uma adolescente, internada em um centro para menores após a condenação do pai por “desacreditar” o exército russo na Ucrânia, de ter contato com ele, informou a ONG OVD-Info nesta quarta-feira (8).

“Maria Moskaleva (…), que acabou em um centro para menores após a prisão domiciliar de seu pai, Alexei Moskalev, não pode telefonar para ele”, disse a organização depois de falar com o advogado da família.

Em abril de 2022, esta estudante de 13 anos da região de Tula, ao sul de Moscou, fez um desenho na aula de artes contra a intervenção militar na Ucrânia, que incluía as frases “Não à guerra” e “Glória à Ucrânia”, reportou o veículo da oposição Meduza.

Os investigadores primeiro interrogaram a menina e seu pai, Alexei Moskalev, informou a OVD-Info.

No mesmo mês, Moskalev foi multado em 32.000 rublos (420 dólares no câmbio atual, cerca de R$ 2.158) por um tribunal local por escrever comentários nas redes sociais criticando a ofensiva russa.

Quase um ano depois, no dia 1º de março, a polícia voltou à casa da adolescente e de seu pai, desta vez acusados de “desacreditar o Exército” por novas publicações na Internet, segundo o Meduza.

Desta vez, as autoridades colocaram Moskalev em prisão domiciliar e levaram sua filha para um centro para menores em Yefremov, segundo a agência de notícias russa Ria Novosti.

Milhares de russos que criticaram publicamente o conflito ou alegaram abusos das forças russas na Ucrânia foram julgados, multados ou presos sob as leis contra as vozes que se opõem ao conflito.

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