O adolescente negro Alexander McClay Williams foi condenado por um júri formado apenas por brancos em 1931, quando tinha 16 anos. Depois de quatro horas de julgamento, tornou-se a pessoa mais jovem já condenada à morte no estado americano da Pensilvânia. Nesta semana, porém, foi inocentado décadas depois do caso. As informações são do jornal O Globo.

Após 91 anos da realização do julgamento, um juiz rejeitou o caso e declarou que Alexander era inocente da acusação de assassinato.

Em outubro de 1930, Vida Robare, funcionária de um centro de detenção para jovens infratores, foi encontrada morta pelo marido, Fred. Relatos da época apontam que ela foi assassinada dentro da casa em que vivia, no terreno da escola. Alexander McClay Williams, que cumpria pena no local, foi acusado pelo crime depois de ser interrogado diversas vezes sem a presença de um advogado e de confessar o crime trÊs vezes.

Jack Stollsteimer, procurador distrital do condado de Delaware, afirmou que o caso foi arquivado e que “as acusações nunca deveriam ter sido feitas”.

“A Commonwealth reuniu uma equipe de quinze membros para lidar com o julgamento, que durou menos de dois dias. O réu enfrentou um júri todo branco, que o considerou culpado em menos de quatro horas. Nenhum recurso foi apresentado”, disse o comunicado divulgado nesta semana pelo procurador.

A nota ainda aponta que evidências “substanciais” foram ignoradas ou não examinadas, como o fato de Vida Robare ter se divorciado do marido por “crueldade extrema”, sendo que Fred nunca foi apontado como suspeito do crime ou uma mão ensanguentada de adulto na cena do crime e nunca mencionada no julgamento.