Rio – Uma adolescente de 16 anos foi morta a tiros pelo namorado, na tarde deste domingo, no Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio. Glicia Kely de Jesus Almeida foi alvo de um disparo dado na cabeça, na altura da testa por Jeferson Silva de Carvalho, 31. Ele teria atirado na namorada por ciúmes, fugindo do local logo em seguida.

De acordo com a delegada Cristiane Carvalho, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investiga o caso, o crime aconteceu por volta das 15h na escadaria conhecida como Santuário. Moradores da região encontraram o corpo da menina caído no local e, por ser área de risco, o levaram para a esquina da Rua Senador Nabuco com a Silva Pinto, um dos acessos à comunidade.

“Ele alegou que o disparo foi acidental. Mas ela foi atingida na testa e ele não prestou socorro, vindo a fugir da comunidade”, conta a delegada, que fez a prisão em flagrante de Jeferson, nesta madrugada. “Ele foi encontrado na calçada da 20ª DP (Vila Isabel) e responderá pelo crime de feminicídio, cuja pena pode chegar a 30 anos de prisão”.

Em seu depoimento na delegacia, Jefeson disse que faz parte do tráfico do Morro dos Macacos, como “mula”, quem faz o transporte de drogas. Ele, que é conhecido como Jefinho na organização criminosa, já tem duas passagens pela polícia, por porte de drogas e furto.

“Testemunhas informaram que o autor era violento e que já havia agredido a vítima por várias vezes, mas ela nunca denunciou à polícia”, a delegada afirma. “Já em seu depoimento, ele disse que que era muito ciumento, pois a vítima era bonita e muito mais nova que ele”.

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FAMÍLIA REVOLTADA

A família de Gleici está revoltada com a morte da menina. Diversos parentes da menina se manifestaram pelas redes sociais sobre o caso.

“Falar em feminicídio, é falar de uma epidemia. É falar de uma cultura de violência. É falar de uma sociedade patriarcal onde a mulher é encarada como objeto. Falar de um sistema de regulação de corpos. É falar da sexualidade vigiada das mulheres. É falar de reservas de espaço publico e privado a partir da representação de gênero. Temos que ter em mente que o reconhecimento das lutas das mulheres não começa com promulgação de lei. Pelo contrario, o movimento sofre uma derrota”, uma prima desabafou.

“Meu Deus, por que isso? Mais uma perda na família”, outra familiar lamentou.


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