Os admiradores do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi começaram a se aglomerar em Milão, nesta quarta-feira (14), para um funeral de Estado, no qual milhares de pessoas, incluindo autoridades e políticos, embora poucos estrangeiros.

A cerimônia fúnebre do magnata e político, que faleceu na segunda-feira aos 86 anos, vítima de uma leucemia, começarão às 15h locais (10h no horário de Brasília) na catedral da cidade no norte da Itália.

Várias centenas de seguidores do “Cavaliere” se posicionaram durante a manhã atrás das grades colocadas pela polícia nos arredores da catedral. Nos degraus que levam ao átrio foram posicionadas algumas coroas de flores.

“Silvio Berlusconi é o meu primeiro e único amor político. É um dia muito triste para a Itália”, lamentou Luigi Vecchione, um funcionário de uma empresa têxtil, de 48 anos, procedente de Borgosesia, na região do Piemonte, vizinha de Milão.

“Era um líder carismático que criou empregos e tinha empatia por todos. Sentiremos sua falta”, acrescentou, vestindo uma camisa preta com um grande coração vermelho.

Também vestida de preto, Lucia Diele, uma funcionária municipal de 30 anos, saiu de Altamura, na região de Puglia (sudeste).

“Silvio Berlusconi foi o maior político da história da Itália. Deixa um vazio imenso que será impossível de preencher. Giorgia Meloni é uma ótima primeira-ministra, mas ninguém ocupará o lugar de Silvio”, disse.

– Polêmica pelo luto nacional –

A cerimônia será exibida em telões instalados na famosa praça da capital da Lombardia e nas portas da catedral.

Entre as personalidades na cerimônia estarão o presidente da República, Sergio Mattarella; a primeira-ministra Giorgia Meloni; e seus dois vice-primeiros-ministros, Matteo Salvini e Antonio Tajani. Este último é o número dois do partido de Berlusconi, ‘Forza Italia’.

Meloni e Salvini, os dois líderes de extrema direita da coalizão no poder, participaram na noite de terça-feira de um velório na residência do empresário em Arcore, perto de Milão.

A Comissão Europeia estará representada por seu comissário de Economia, o italiano Paolo Gentiloni, que também foi primeiro-ministro da Itália.

Segundo a agência de notícias italiana Ansa, espera-se a presença do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, e do emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani.

O funeral de Estado, previsto pelo protocolo, será acompanhado por um dia de luto nacional, algo inédito para um ex-primeiro-ministro – e que não agrada a todos os italianos.

“O funeral de Estado está previsto e é justo, mas o luto nacional para uma pessoa divisiva como Silvio Berlusconi me parece uma decisão inoportuna”, disse Rosy Bindi, ex-ministra de esquerda no segundo governo de Romano Prodi (2006-2008), em entrevista à rádio pública.

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