Seja por necessidade ou insatisfação com o mercado, o fato é que os brasileiros estão empreendendo cada vez mais. De acordo com levantamento da Global Entrepreneurship Monitor, o número de brasileiros à frente do próprio negócio é de 14 milhões (9,9%) de pessoas, que se concentram na faixa etária de 18 a 64 anos — a alta é de 1,2%.
O administrador, empresário e gestor de projetos Jhonny Vilaronga avalia que as constantes crises econômicas pela qual o Brasil passou nos últimos anos impulsionam a geração de novos negócios.
“Todo momento de crise é um momento de oportunidade. Se você perguntar para qualquer empreendedor sobre o motivo da criação do seu primeiro negócio, é possível encontrar nas respostas constantes como necessidade de sobreviver após uma demissão, insatisfação com o antigo emprego ou permanência no status de desempregado por um longo tempo”, avalia.
Por onde começar?
Independentemente do motivo pelo qual começar, Jhonny Vilaronga pontua que o que separa os negócios de sucesso daqueles que entram para a estatística de fechamento antes dos 12 meses de negócio é a mentalidade do gestor.
“É preciso se posicionar, saber onde seu negócio se encaixa e como ele faz a diferença. Por isso, a principal forma de começar a empreender é percebendo no atual cenário e avaliando qual ‘dor’ o negócio poderá resolver, qual necessidade ele poderá transformar em uma solução. Pronto, se você fizer isso já estará 90% na frente de qualquer outro empreendedor”, destaca o empresário.
Na dúvida entre investir no que se ama, ou no que dá lucro, o empresário Jhonny Vilaronga aposta na busca pelo equilíbrio. “Existem aqueles que falam que é preciso amar o que faz, mas existem aqueles que defendem a seguinte frase: ‘Quem faz o que gosta é criança. Adulto faz o que precisa ser feito’. Entretanto, não podemos ignorar que o fato de você ter afinidade com um negócio lucrativo é extremamente interessante, visto que, se você domina um assunto ou área, a sua criatividade e execução terá uma vantagem”, avalia.
Negócio a longo prazo
Para além de começar bem, o negócio precisa se sustentar a longo prazo. Segundo o IBGE, 21% das empresas fecham as portas ainda no primeiro ano. Para Jhonny Vilaronga, esse número esconde diversas variantes. Além dos motivos externos, como crises econômicas, leis e impostos altíssimos, é preciso considerar a falta de preparo.
“Eu mesmo sou um exemplo de como o despreparo é uma constante na maioria dos empreendedores. Ao sair da empresa que estive por 10 anos como colaborador, no segmento de cosméticos, resolvi me ‘aventurar’ na publicidade através de uma franquia e acredite, não usei a palavra aventurar à toa, pois, naquele momento de vida, eu achava que tudo que sabia era o suficiente, o que não era verdade”, relata.
Jhonny Vilaronga pontua que, na maioria das vezes, falta a maturidade de entender que o mundo do empreendedorismo é feito de altos e baixos. Caso o empresário não esteja preparado tanto psicologicamente quanto fisicamente, esse cenário facilmente o levará à falência. “Para sobreviver a longo prazo, além de constantemente buscar por aprendizado, é preciso se reinventar e acompanhar o mercado, planejando e buscando oxigenar o negócio”, alerta.