Com a renuncia da deputada Carla Zambelli (PL-SP) ao seu cargo de deputada federal, o suplente Adilson Barroso Oliveira (PL-SP) passará a ocupar cadeira da então parlamentar. A decisão foi comunicada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
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Adilson Barroso nasceu em 1964 em Minas Novas (MG) e tem trajetória que começa na política municipal de Barrinha, no interior de São Paulo, com mandatos como vereador e dois mandatos como vice-prefeito antes de saltar para a Assembleia Legislativa e, mais tarde, para a Câmara dos Deputados.
A trajetória política de Barroso passa por diversas siglas e por papel de liderança em partidos. Ele foi eleito deputado estadual em 2002 pelo Prona, passou por PSC e PSL, fundou o Partido Ecológico Nacional (PEN), que virou Patriota, e acabou filiado ao PL nas eleições de 2022.
Barroso ocupou cadeira federal por meio de suplência em diferentes momentos desta legislatura. Segundo a ficha oficial da Câmara, ele assumiu como suplente no início de fevereiro de 2023, afastou-se em março de 2024, reassumiu em março de 2024, afastou-se em novembro de 2025 e reassumiu em 24 de novembro de 2025.
Em linhas gerais, as posições públicas de Barroso incluem apoio a lideranças do PL e a atores políticos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro, além de atuação ligada a pautas que transitam entre temas regionais e interesses setoriais.
No Congresso, Barroso assinou e apresentou projetos com foco regional e setorial. Entre as proposições registradas estão pedidos de reconhecimento de títulos para municípios e projetos sobre benefícios fiscais ligados à reciclagem e economia circular, assim como outros projetos apensados a proposições em tramitação na Câmara. A lista de proposições com autoria ou coautoria dele consta na base de dados legislativa.
A forma como Barroso ganhou visibilidade é a combinação entre décadas de atuação local, presidência ou liderança em legendas partidárias e a capacidade de assumir mandato por suplência em momentos de afastamentos de titulares. Ele passou a ter maior exposição pública ao assumir vagas deixadas por deputados com mandato suspenso ou afastado.
O agora parlamentar tem laços com figuras do PL e a comunicação direta com parlamentares e ativistas que compõem bases do partido.
Postagens de contas associadas a Barroso já foram associadas à disseminação de conteúdos com informação contestada por verificadores, situação documentada por reportagens de verificação de fatos. Esse histórico entrou na cobertura sobre ele durante campanhas e após mudanças de filiação partidária.
Como exemplo, postagens disseminadas nas redes sociais sobre o enriquecimento de Fábio Luís Lula da Silva (filho do presidente Lula).
Entenda renuncia e prisão de Carla Zambelli
A deputada Carla Zambelli renunciou ao seu mandato de deputada federal em decisão comunicada pela parlamentar neste domingo, 14.
Atualmente a deputada Carla Zambelli está presa em Roma, na Itália, para onde foi a fim de escapar de um mandado de prisão emitido por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre maio e outubro a parlamentar havia se licenciado do cargo e passado a acumular faltas – com ausência de um terço das sessões, a Constituição Federal prevê perda de mandato.
A Primeira Turma do STF havia decidido ainda em junho que Zambelli perderia o mandato e comunicou a Câmara – entretanto, Hugo Motta enviou o caso para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) ao ser pressionado por parlamentares da oposição do governo.
Nesta semana a CCJ decidiu então pela perda de mandato, entretanto isso não se confirmou no plenário da Câmara, dado que a votação não atingiu votos suficientes para a cassação.
Moraes, do STF, decidiu pela perda imediata e considerou o ato da Câmara como nulo. Na mesma decisão, fixou o prazo de 48 horas para o suplente assumir.
A deputada foi presa de julho deste ano pela polícia italiana na cidade de Roma após permanecer foragida por cerca de dois meses. A prisão foi realizada em cooperação entre autoridades italianas, a Interpol e a Polícia Federal do Brasil, com base na inclusão de seu nome na lista internacional de procurados e em um mandado de prisão emitido pela Justiça brasileira.
Carla Zambelli havia deixado o Brasil em junho para evitar o cumprimento de uma pena de 10 anos de prisão imposta pelo STF, relativa à sua condenação por participação na invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o próprio ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Apesar de possuir dupla cidadania brasileira e italiana, o que a deputada chegou a dizer publicamente que a tornaria ‘intocável’ na Itália, a legislação italiana permite, em determinadas circunstâncias, a extradição de seus próprios cidadãos a outro país com o qual exista tratado e fundamento legal.