Coluna: José Manuel Diogo

Fundador da Informacion Capital Consulting e Diretor da Câmara de Comércio e Industria Luso Brasileira em Lisboa onde coordena o comité de Trade Finance é o autor do estudo "O Potencial de Expansão das Exportações Brasileiras para Portugal”. Atua atualmente como investidor e consultor, estando envolvido em projetos de intercâmbio internacional nas áreas do comércio, tecnologia e real estate. Vive com um pé em cada lado do Atlântico, entre São Paulo e Lisboa. É autor e colunista na imprensa internacional sobre temas de investimento, importação e exportação e inteligência de mercado. É um entusiasta da cultura e da língua portuguesa.

Adeus, Donald Trump

José Manuel Diogo
Foto: José Manuel Diogo

Esta semana o mundo vai mudar. Trump vai sair da Casa Branca e tudo vai ser diferente. Como é que eu sei? Fácil! Dois dos maiores apoiadores do presidente Americano já jogaram a toalha no chão. Com Putin e Adelson fora do jogo e as chances de Trump foram pro brejo.

Exercício de memória (I). Nas eleições de 2016, Hillary Clinton perde as eleições quando sofre aquele que pode ser considerado o primeiro ataque político de “fake real news” da história.

Hoje poucas dúvidas restarão que os hackers russos que invadiram o seu email oficial na tentativa de incriminarem a candidata em um crime de responsabilidade, foram os mesmos, ou agiram concertadamente com aqueles que disseminaram por todas as mídias — sociais e outras — o slogan “Crook Hillary”. Putin estava por trás. Os fatos posteriores à eleição americana com impacto no relacionamento comercial e político entre os Estados Unidos e a Rússia mostram isso mesmo.

Abrindo aspas para a Reuters — O presidente russo Vladimir Putin disse no domingo (25 de Outubro) que não viu nada de criminoso nos laços comerciais passados de Hunter Biden (filho de Joe Biden) com a Ucrânia ou a Rússia, marcando seu desacordo com uma das linhas de ataque de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas. Fechadas aspas um comentário — sem palavras!

Exercício de memória (II). Menos conhecido do grande público que o senhor Vladimir Putin, o magnata americano dos Casinos Sheldon Adelson, Chairman & CEO e sócio maioritário da LVS, e mega-doador de Trump, está vendendo seus resorts de luxo em Las Vegas alegadamente saindo da indústria do jogo nos EUA para se dedicar a expandir o negócio na Ásia.

Mas quem conhece os detalhes sabe que Sheldon é íntimo colega e amigo do Presidente Donald Trump. Colega do Trump proprietário de um resort em Las Vegas e amigo do Trump que concede à esposa de Adelson, Miriam, a Medalha Presidencial da Liberdade em 2018.

Na verdade, a família Adelson doa regularmente dinheiro para Trump. Recentemente os Adelson doaram 75 milhões de dólares em um super PAC*, lançado no final de agosto passado para ajudar na reeleição de um político que apoiam desde o início da sua carreira. A saída de Sheldon é por muitos considerada um sinal de que tudo está perdido.

Seus apoiadores ainda bancam o João-sem-braço, mas a matemática confirma o êxodo. Para o portal independente 538 as chances de Joe Biden ganhar no voto popular são 97 em 100.

Dia 3 nem um supremo vai salvar Trump. Esta semana o mundo vai mudar.