Marcos Guilherme volta para Curitiba e vai decidir o futuro (Crédito:Luciano Borges)

No próximo sábado, Atlético Paranaense e São Paulo vão se enfrentar pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.  Marcos Guilherme não se decidiu se vai ou não ver esta partida na Arena da Baixada, em Curitiba. “Estou pensando. Até quero, mas acho que vai ser complicado”, disse o atacante que pertence ao Furacão, mas esteve emprestado ao Tricolor até o clássico contra o Palmeiras. O destino dele é incerto, mas uma coisa é certa: a torcida atleticana não morre de amores pelo jogador formado na base do clube. “Não sou o primeiro nem serei o último jogador nesta situação”, disse.

O destino tem sido estranho com o jovem atleta de 22 anos, que se viu diante de uma aituação onde não pode decidir o que fazer.

Nos últimos 11 meses Marcos Guilherme jogou pelo São Paulo. Foi emprestado com um acordo verbal que estabelecia esta regra: se no final de junho, o clube paulista quisesse, poderia estender o empréstimo até o final do ano. Mas o arranjo de boca não foi respeitado pelo Atlético-PR, que pediu o atleta de volta e determinou uma quantia para o São Paulo comprar 50% dos direitos econômicos do atacante. “O Atlético pediu três milhões de euros. O São Paulo ofereceu dois. A negociação se encerrou”, contou.

Guilherme queria ficar no São Paulo. É são paulino desde criança. Estava feliz com a fase atual do time que briga pela liderança do Campeonato Brasileiro. “Disse para o (Mario Celso) Petraglia que minha vontade era ficar. Mas o Atlético tem outras propostas. Vamos ver o que acontece”, disse o atacante que disputou a sexta partida na Série A e se jogasse mais uma ficaria impedido de disputar o Brasileiro por outra equipe.

Nesta segunda, ele colocou no porta malas do carro branco, placa de Curitiba, as últimas roupas que ainda mantinha em um quarto de hotel perto do CT da Barra Funda. Nos últimos dois meses, depois que a esposa Karolina  e o filho Guilherme voltaram para a casa da família no bairro de Santa Felicidade, em Curitiba, Marcos passou a dormir no alojamento do CT da Barra Funda. Neste domingo, ele fez as malas, colocou camisas e agasalhos do time paulista dentro, e se despediu do elenco. “Foi muito emocionante. É um grupo muito unido”, disse.

Ele disse adeus também para o técnico Diego Aguirre, com quem conversou muito nos últimos tempos. “Ele foi muito correto comigo. Entendeu minha situação. Eu não poderia jogar a sétima partida. Correria o risco de paralisar a carreira. Por isso, nós conversamos todas as semana para ver quais jogos eu disputaria. Foi um consenso. Ele respeitou muito o meu lado”, afirmou.

O jogador disputou 49 jogos pelo São Paulo. Marcou oficialmente nove gols e deu três assistências. “Para mim foram dez gols. Eu sei que fiz este contra o Palmeiras”, disse referindo-se ao lance de sábado, quando desviou a bola de Jaílson e faz o gol do São Paulo na derrota para o Palmeiras por 3 a 1. O árbitro Rodolpho Toski Marques anotou na súmula o gol contra de Edu Dracena.

FUTURO INCERTO

O futuro de Marcos Guilherme é incerto. O empresário Pablo Miranda diz que ele tem o interesse de clubes da Série A do Brasileiro e de equipes do exterior. O homem forte do Atlético-PR, Petraglia, já conservou com o jogador e acenou com a possibilidade dele voltar a jogar pela agremiação curitibana. “Ele tem esta ideia”, contou Marcos. O técnico Fernando Diniz também já conversou com o atacante. “Ele tem interesse. Tenho uma boa relação com ele. Ele passou um tempo no São Paulo, quando o Dorival Junior estava lá e a gente falou bastante”, disse.

Marcos Guilherme  admite voltar para o Furacão. Acha que se jogar bem e mostrar esforço, conseguirá dobrar a má vontade da torcida. Ele gosta do São Paulo, mas é profissional. Não descarta sequer atuar por equipe rivais do Tricolor em São Paulo. “Não posso fechar portas. Tenho uma carreira pela frente. Não estou com a vida ganha e não sei o que pode acontecer amanhã”, falou.

Certo mesmo é o desejo de voltar para a casa no bairro famoso pela quantidade de restaurantes italianos em Curitiba. Pretende trabalhar fisicamente numa academia de ginástica. “Fica ao lado de casa”, contou. E quer resolver sua vida: Não quero ficar muito tempo parado”.