A Polícia Federal concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho no caso da facada sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Adélio Bispo foi preso logo após o atentado ao então candidato à Presidência em 2018, foi condenado e segue internado no presídio federal de Campo Grande (MS).

A PF havia aberto um novo inquérito do caso para identificar possíveis envolvidos no atentado. Durante as diligências, foram cumpridos mandados de busca e apreensão para nova análise de equipamentos eletrônicos e documentos. No entanto, os agentes novamente concluíram que “houve apenas um responsável pelo ataque”.

“Outros possíveis delitos foram descobertos, relacionados a um dos advogados de defesa do envolvido no ataque, mas sem qualquer ligação com os fatos investigados”, informou a PF, em nota.

Ainda segundo as autoridades, o relatório final foi apresentado, atendendo a novas solicitações do Ministério Público Federal, e agora aguarda a manifestação do Juízo. “A Polícia Federal manifestou-se pelo arquivamento do Inquérito Policial”, concluiu a PF.

Bolsonaro foi vítima de um atentado à faca em 6 de setembro de 2018, quando fazia um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Desde o início, o próprio presidente e aliados buscam vincular o atentado à esquerda. A PF, porém, já havia conduzido outros dois inquéritos a respeito sem encontrar vinculações partidárias, políticas e concluindo que Adélio agiu sozinho.

À época deputado federal, Bolsonaro liderava as pesquisas de intenção de voto contra Fernando Haddad (PT), substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na chapa petista havia poucos dias, após o líder do partido ter sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Existe um consenso entre analistas políticos de que a facada foi determinante para mobilizar votos, numa espécie de “movimento de solidariedade”, que teria ajudado Bolsonaro a conquistar os 46% de votos que o levaram ao segundo turno.