Um erro cometido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) pode fazer com que os acusados pela morte do jogador Daniel Corrêa escapem do júri popular. Ao todo, sete pessoas respondem pelo crime, que aconteceu em outubro de 2018, mas apenas o comerciante Edison Brittes se encontra preso.

O erro foi cometido porque somente a defesa da família Brittes foi avisada para comparecer à sessão de julgamento, realizada em maio, que decidiu que os réus iriam a júri popular. O departamento administrativo do TJ-PR esqueceu de enviar a intimação aos réus Ygor King e David Vollero que, por não comparecerem à sessão, não tiveram a chance de defesa. Vollero e King participaram do espancamento que levou a morte do jogador em 2018.

Rodrigo Faucz, advogado de ambos, entrou com recurso para anular o julgamento. Os desembargadores Nilson Mizuta, Miguel Kfouri Neto e Paulo Edison De Macedo Pacheco acataram o pedido e anularam a sessão de maio. Ou seja, suspenderam a decisão de levar os réus a júri popular. Um novo julgamento vai ser marcado pelo TJ-PR.

“A defesa de David e Ygor foi a única que recorreu e obteve êxito”, disse o advogado Rodrigo Faucz, que defende que Edison Brittes, único réu preso, seja julgado em data diferente. “É uma questão de justiça ser responsabilizado exclusivamente pela sua própria conduta e não por atos de outros acusados”, completou.

O CRIME – Em 2018, o jogador Daniel Corrêa, então jogador do São Paulo, mas que estava emprestado para o São Bento. participou de uma festa na casa do comerciante Edison Brittes, na cidade de São José dos Pinhais (PR). Daniel era amigo da filha de Britter, Allana, que conheceu quando atuava pelo Coritiba.

Depois de ser acusado de assediar sexualmente a mulher de Edison, Cristiana Brittes, o jogador foi espancado por Edison e demais pessoas que estavam com o comerciante. Horas depois, o corpo de Daniel foi encontrado com muitos ferimentos em uma zona rural na cidade.

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Das sete pessoas que respondem pelo crime, apenas Edison está na cadeia. Passados três anos, Brittes não foi julgado ainda. Sob o argumento de que o comerciante está há muito tempo preso sem ser julgado, os advogados de Brittes recorreram ao Superior Tribunal de Justiça para pedir a liberdade do réu.


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