As atrizes de Hollywood que acusam Harvey Weinstein por crimes sexuais esperam que ele seja condenado em prisão perpétua no novo julgamento que enfrentará em Los Angeles, ainda sem data definida, após a histórica condenação em Nova York.

O ex-homem forte de Hollywood foi considerado culpado na última segunda-feira (24) por estupro e agressão sexual em um veredicto considerado como um triunfo para o movimento #MeToo contra essa conduta de abusos na indústria cinematográfica.

A atenção agora se volta à Califórnia, onde lhe imputaram novas acusações.

“Harvey, você mexeu com as mulheres erradas. Te esperamos aqui em Los Angeles onde esperamos que seja condenado à prisão perpétua”, disse a atriz Louisette Geiss em uma coletiva de imprensa. “Você não estará a salvo”, acrescentou.

Weinstein aguarda sua sentença no presídio de Rikers Island, em Nova York, mas passou a noite de segunda em um hospital de Manhattan depois de apresentar dores no peito.

Se não for preso, estaria “recebendo um tratamento especial”, indicou a repórter Lauren Silvan, entre as 11 mulheres que discursaram durante a coletiva de imprensa.

Várias dessas mulheres demonstraram dúvidas quanto à gravidade do estado de saúde do ex-produtor.

“Pode estar passando por um ataque de pânico, algo que todas nós já sentimos”, disse Sarah Anne Massie.

O Ministério Público de Los Angeles o acusa de ter agredido sexualmente a ex-modelo Lauren Young em um banheiro de um quarto de um hotel em Beverly Hills, em 2013, quando a aspirante a atriz tinha 22 anos.

Ele também é acusado de ter estuprado uma modelo italiana na noite anterior ao incidente com Young.

As mulheres criticaram as declarações feitas mais cedo pelo presidente americano Donald Trump, que considerou “uma grande vitória para as mulheres” o veredicto em em Nova York.

“Em um momento em que ninguém menos que o presidente dos Estados Unidos é um predador sexual, e inúmeros outros predadores continuam pelo mundo, o veredicto de ontem foi uma declaração forte e inquebrável”, disse Melissa Sagemiller.

Ao comentar sobre Weinstein, o presidente americano, de 73 anos, não mencionou em nenhum momento ser ele mesmo acusado por ao menos 16 mulheres de assédio ou agressão sexual, ainda que nunca tenha respondido perante a Justiça por esses casos.