O aviador americano acusado de vazar na internet documentos ultrassecretos do Pentágono declarou-se culpado, nesta segunda-feira (4), perante um tribunal federal, em virtude de um acordo no qual aceitou uma pena de prisão de mais de 16 anos em troca da retirada das acusações de espionagem mais graves pelos promotores.

Jack Teixeira declarou-se culpado de seis acusações de divulgação intencional de informações sobre defesa nacional, mas, no acordo alcançado entre os promotores e seus advogados, o militar caído em desgraça não enfrenta acusações de espionagem.

Em contrapartida, será sentenciado a cumprir até 16 anos e oito meses de prisão, segundo o acordo, deverá pagar uma multa de 50.000 dólares (cerca de R$ 247.000, na cotação atual) e ajudar os funcionários de inteligência a compreenderem o alcance e o impacto de suas revelações feitas na plataforma de redes sociais Discord.

Quando o juiz principal lhe perguntou se tinha alguma objeção em relação às provas, Teixeira disse que não. Quando perguntado se sabia que os documentos eram classificados, respondeu: “Sim, meritíssimo.”

Teixeira, que atuava na Guarda Nacional Aérea como especialista em informática e comunicação na base de Cape Cod, perto de Boston (Massachusetts), foi preso em abril do ano passado por supostamente orquestrar o vazamento mais prejudicial de documentos reservados dos Estados Unidos em uma década.

Em especial, os vazamentos revelaram as preocupações dos serviços de inteligência dos Estados Unidos sobre a viabilidade de uma contraofensiva ucraniana contra as forças russas. Também sugeriam que Washington coleta informações classificadas sobre seus aliados mais próximos, como Israel e Coreia do Sul.

Se tivesse enfrentado acusações sob a Lei de Espionagem, Teixeira poderia ser condenado à prisão perpétua.

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