ROMA, 27 MAI (ANSA) – O líder de extrema direita italiano Matteo Salvini estaria planejando uma viagem para Moscou, capital da Rússia, nos próximos dias, informaram dirigentes do partido Liga nesta sexta-feira (27).   

Os rumores da possível viagem ganharam força após o premiê italiano, Mario Draghi, telefonar para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para conversar sobre a guerra na Ucrânia e os desdobramentos do conflito.   

Segundo as fontes, no entanto, a missão ainda não está decidida e continua sendo “uma hipótese de trabalho”. “Caso a possibilidade se torne mais concreta, Salvini informará ao primeiro-ministro da Itália”.   

Hoje, durante bate-papo da Liga, o ex-ministro do Interior da Itália deixou claro que planeja a viagem e sua tentativa de encontrar o líder russo é muito séria.   

“Depois de semanas de trabalho a todos os níveis, e já entrando no quarto mês de guerra, abre-se a possibilidade de nos reunirmos, falarmos de cessar-fogo, fornecimento de trigo e regresso ao diálogo”, disse Salvini, reforçando que, se a possibilidade se concretizar, nas próximas horas, falará “diretamente com os líderes do movimento e as instituições”.   

O líder da extrema direita acredita que toda a iniciativa diplomática que leve à mesa de negociação deve ser “perseguida”, principalmente quando “há milhões de vidas e empregos para salvar em jogo na Ucrânia, na África e na Itália”.   

“Seria mais confortável para mim ficar alguns dias em casa com meus filhos ou com minha parceira, mas em um momento tão dramático para o mundo e para a Itália, talvez o descanso possa esperar”, acrescentou.   

Após as declarações de Salvini, fontes do Ministério das Relações Exteriores relataram que “nenhuma comunicação foi feita” e a Farnesina não tem “conhecimento de nenhuma viagem”.   

Para o secretário do Partido Democrático (PD), Enrico Letta, uma visita de Salvini a Moscou não será uma surpresa, já que “ele vai onde o seu coração bate naturalmente desde o início”.   

Historicamente amigável a Putin, Salvini sempre criticou as sanções econômicas da União Europeia contra a Rússia, e seu partido, a Liga, tem um acordo de cooperação com a legenda do líder de Moscou, a Rússia Unida, assinado em 2017.   

Além disso, aliados de Salvini são investigados por suspeita de negociar repasses russos para a Liga, algo que o senador nega repetidamente. (ANSA)