Em depoimento, o cônsul da Alemanha Alemanha Uwe Herbert Hahn afirmou que seu marido, o belga Walter Henri Maximillen Biot, teve um surto, se levantando do sofá, começando a gritar e correndo apressadamente em direção a varanda da cobertura do casal, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. As informações são do O Globo.

O diplomata, preso em flagrante pela morte do estrangeiro, disse acreditar que ele tenha tropeçado no tapete e caído com o rosto no chão, emitindo, após a queda, gemidos de dor ou desconexos, na noite da última sexta-feira (5). No final da manhã deste domingo, o alemão deixou a delegacia e foi encaminhado para o sistema prisional.

De acordo com a declaração, obtida por O Globo, Uwe Herbert Hahn relatou estar com Walter Henri Maximillen Biot havia 23 anos, vivendo no Brasil há quatro, justamente no apartamento da Rua Nascimento Silva. Em maio, eles tomaram conhecimento de que o cônsul deveria se mudar para o Haiti, o que ocorre há cada quatro anos em razão de questões diplomáticas.

Uwe contou ainda que Henri passou a ter reações irracionais, como dormir demais, acordar gritando e tendo pesadelos frequentes, caindo da cama e tropeçando nas mobílias. Na madrugada de quinta para sexta-feira, o alemão disse que o belga teve uma diarreia intensa a ponto de sujar todo o imóvel. Por volta de 11h, ele saiu por 20 minutos para passear com o cachorro do casal, com as roupas sujas, sem se alimentar e em completo desalinho.

O cônsul da Alemanha disse estar trabalhando na sala, em home office, quando pediu que o marido tomasse banho e logo em seguida o ouviu gritando desesperadamente, no banheiro, palavras desconexas. Ao chegar no cômodo, afirmou o ter encontrado tremendo e com os olhos arregalados, como se estivesse em surto. Procurando acalmar o belga, ela contou ter desligado o chuveiro, o secado e o ajudado a se vestir, retornando na sequência a trabalhar.

O belga teria então ido ao encontro do alemão, na sala do imóvel, e ambos começaram a beber champagne. O marido teria se sentido cansado. Por volta de 17h, Uwe contou ter acordado o marido e o convencido a se alimentar e a tomar um suco. Enquanto preparava uma massa na cozinha, o cônsul diz ter retornado a sala, para fumar no sofá e, naquele momento, o belga teria tido um surto, se levantado, começado a gritar, corrido e caído.

Na delegacia, Uwe disse ter enviado uma foto de Henri no chão para um amigo, que mora em Nova York, mostrando que ele estava bêbado novamente, e em seguida tentado levantar o marido, mas ele continuava a gemer. O cônsul alemão afirmou ter constatado a existência de uma mancha de sangue próximo a cabeça do belga, ficando desesperando e chegando a bater em suas nádegas na tentativa de reanimá-lo. Ele narrou ter se dirigido a portaria e pedido ajuda. Após serem acionados pelo porteiro, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizou manobras de reanimação, mas ele o estrangeiro já estava morto.