Denunciado pelo Ministério Público, em 2019, por ter cometido homofobia contra uma promotora, o advogado Celso Vendramini encaminhou à Justiça uma série de fotos de gays praticando sexo em locais públicos para se defender do processo. As informações são do colunista Rogério Gentile, do UOL.

Durante o julgamento de dois policiais militares acusados de mater suspeitos de crimes, Vendramini disse ser fã do presidente russo Vladimir Putin e que “na Rússia não tem passeada gay. Vai ser veado lá na Rússia para ver o que acontece”.

De acordo com o colunista, as frases não tinham qualquer relação com o caso que estava sendo julgado ou com os envolvidos, no entanto a promotora que acusava os policiais de assassinato, Cláudia Ferreira Mac Dowell, é lésbica.

Durante sua fala na sessão do júri, Vendramini teria perguntado se ela era casada e fez referência à aliança que usava na mão esquerda.

Segundo a reportagem, no processo em que acusado por homofobia, o advogado diz que não sabia dos “gostos ou preferências sexuais” da promotora, e que não “pregou repressão, segregação ou qualquer coisa em desfavor dos homossexuais”.

O advogado justificou ter apresentado as fotos obcenas em sua defesa dizendo que apenas expôs suas convicções religiosas e valores morais.

À Justiça, o advogado Ronaldo Lacava, que representa Vendramini no processo aerto pelo Ministério Público, disse: “Se Vendramini entendeu que, naquele caso, convenceria os jurados através da contraposição dos valores conservadores da ideologia de direita e dos valores da ideologia de esquerda, a ninguém é dado o direito de questionar sua escolha”.

O promotor Gilberto Ramos de Oliveira Júnior disse à Justiça que “é certo que Vendramini ofendeu a dignidade e o decoro da promotora de Justiça, cuja opção (sic) sexual é pública e notória, por todos conhecida”. O processo ainda não foi julgado.