Um tribunal belga impôs nesta quinta-feira (30) uma pena de três anos de prisão com sursis contra Abid Aberkane, condenado por ajudar o único extremista islâmico sobrevivente dos ataques de novembro de 2015 em Paris, que ele hospedou em Bruxelas.

A decisão veio um dia depois que um tribunal francês condenou Salah Abdeslam, um francês de 32 anos de origem marroquina, à prisão perpétua por seu papel na morte de 130 pessoas nos ataques de 2015 em Paris.

Abdeslam foi o único membro sobrevivente da célula jihadista que atacou o Stade de France, bares e restaurantes e uma casa de shows, em uma ação que foi imediatamente reivindicado da Síria pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Após o ataque, Abdeslam fugiu para Bruxelas.

Até agora, 14 pessoas já foram indiciadas na capital belga por oferecer apoio à célula, incluindo abrigar Abdeslam durante o período em que ele esteve foragido antes de sua prisão.

Entre os réus, quatro foram absolvidos, um foi condenado a serviços comunitários e três receberam uma prorrogação antes da sentença.

Acredita-se que mais dois réus morreram depois de viajar para lutar no Iraque ou na Síria e foram julgados à revelia.

Eles já haviam sido condenados por terrorismo na Bélgica e não receberam nenhuma sentença adicional neste julgamento.

Os juízes belgas foram cautelosos, rejeitando vários elementos apresentados pelos promotores.

Abdullah Courkzine, que ajudou um dos atacantes a fugir do subúrbio de Saint-Denis, no norte de Paris, após os ataques, recebeu uma pena suspensa de 30 meses.

Também foi pronunciada uma sentença de 18 meses de prisão contra Soufien Al Aroub, amigo e apoio logístico de Ahmed Dahmani, condenado a 30 anos de prisão no julgamento de Paris e detido na Turquia.

Lazez Abraimi recebeu uma sentença de 35 dias por tráfico de armas.

Na quarta-feira, após dez meses de audiências, os juízes condenaram 20 homens, incluindo seis julgados à revelia, envolvidos na pior atrocidade em tempos de paz já cometida na França.