O julgamento do engenheiro Mário Marcelo Santoro, acusado de matar sua ex-namorada Cecília Haddad na Austrália há cinco anos, está marcado para terça-feira, 20. O réu dispensou seu advogado.

As investigações da polícia australiana revelam que Cecília foi assassinada em sua casa, em Sydney, no dia 28 de abril de 2018. A necropsia identificou lesões em seu corpo, indicando que ela tentou se defender do ataque de Marcelo. De acordo com a polícia, ele pegou o carro de Cecília e levou o corpo até a beira de um rio, onde o lançou na água com pesos amarrados.

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Imagens inéditas de câmeras de segurança, reveladas pelo Fantástico, mostram que Mário Marcelo dirigiu o carro até um apartamento que havia alugado, chegando descalço e com os pés molhados, deixando pegadas. Ele trocou de roupa na lavanderia do prédio e saiu novamente com o carro de Cecília, abandonando-o na estação de trem. O DNA encontrado nos sapatos é compatível com amostras colhidas no apartamento dele.

O veículo de Cecília foi periciado na Austrália. A polícia encontrou vestígios de vegetação e areia compatíveis com os do rio onde o corpo foi descartado. Além disso, a análise dos dados de localização do celular de Mário Marcelo mostrou que ele esteve na região no dia da morte de sua ex-namorada.

Um depoimento revelador veio à tona. Mário Marcelo chamou um carro por aplicativo para levá-lo ao aeroporto e pediu que a corrida não fosse registrada no sistema, o que levantou suspeitas de fuga por parte da polícia australiana.

O motorista relatou que, ao passar por uma ponte, testemunhou o momento em que Mário Marcelo Santoro jogou um conjunto de chaves em um rio. As chaves encontradas posteriormente pelos mergulhadores, três semanas após o assassinato, eram exatamente as do carro e do chaveiro de um ponto turístico do Rio de Janeiro.

O novo advogado de Mário Marcelo optou por não comentar a estratégia de defesa. “Eu acredito, eu tenho convicção na tese que eu sustentarei perante o Conselho de sentença. A tese não é para ser antecipada. A tese é para ser debatida, pra ser exposta lá no dia do julgamento. Não se pode ter um culpado antes de se fazer um julgamento justo”, destaca o advogado.