O primeiro-ministro do Lesoto, Thomas Thabane, compareceu nesta segunda-feira perante a justiça de seu país para responder às acusações pelo assassinato de sua ex-esposa.

Oficialmente na África do Sul desde a sexta-feira passada por “razões médicas”, Thabane, 80 anos, apareceu inesperadamente nesta segunda em um tribunal da capital do país, Maseru, informou um jornalista da AFP.

Ele estava acompanhado por sua segunda esposa, Maesaiah Thabane, 42 anos, com quem se casou dois meses após a morte de sua ex-mulher, e que também foi acusada de ajudar e instigar o assassinato de Lipolelo Thabane, 58 anos.

Após uma breve audiência, o caso foi apresentado ao Supremo Tribunal do Lesoto sem que Thabane fosse formalmente acusado.

O advogado do premier, Qhalehang Letsika, argumentou que ele não poderia ser processado enquanto está à frente do governo.

“Meu cliente não pode ser processado enquanto exerce seu mandato, mas ele também não está acima da lei”, explicou, acrescentando que seus deveres atuais “garantem-lhe imunidade”.

A juíza encarregada do processo, Phethise Motanyane, concordou que esta situação é excepcional, então decidiu encaminhar o processo ao Supremo Tribunal.

“Devo reconhecer que esse caso não tem antecedente em nosso país”, afirmou.

A data da audiência no Supremo Tribunal Federal não foi anunciada.

Este caso desestabiliza desde o início deste ano a cúpula deste pequeno país, um enclave no meio da poderosa África do Sul.

Em janeiro, o chefe de polícia revelou que o primeiro-ministro recebeu um telefonema do local do assassinato de sua então esposa, morta a tiros em junho de 2017, em Maseru.

Em 14 de junho de 2017, Lipolelo foi assassinada quando voltava de carro para casa, na capital do país, dois dias antes de Thomas Thabane assumir o cargo. Na época, o casal estava em processo de divórcio.

No dia da posse, 16 de junho, Thomas Thabane sentou-se ao lado daquela que dois meses depois se tornaria sua segunda esposa, Maesaiah, também acusada de envolvimento no assassinato no início deste ano.