(ANSA) – BRASILIA, 11 NOV – A presidência da COP-30 e representantes de mais de 150 governos e organizações da sociedade civil chegaram a um acordo na noite desta segunda-feira (10) para retirar as metas nacionais de emissões de gases de efeito estufa da pauta dos primeiros dias da conferência, que ocorre em Belém, no Pará.
A exclusão dessas metas ? conhecidas como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) e fundamentais para o cumprimento do Acordo de Paris ?, assim como do tema do financiamento a países em desenvolvimento, permitirá que a agenda desta terça-feira (11) avance com discussões menos controversas.
Entre os assuntos previstos para o segundo dia de atividades estão inteligência artificial, economia circular, adaptação das cidades, gestão da água e resíduos.
Questões mais complexas, como as próprias metas climáticas e o financiamento climático, deverão ser tratadas em uma nova reunião de negociadores, marcada para a próxima quarta-feira (12), segundo fontes da presidência ouvidas pelo jornal “O Globo”.
O embaixador André Corrêa do Lago, que assumiu a presidência da COP e exercerá o cargo até novembro de 2026, reconheceu que será necessário amplo diálogo para alcançar consensos, mas celebrou o acordo que permitiu destravar os trabalhos.
“A agenda de ação que nós estruturamos para esta COP vai mostrar muitos caminhos”, afirmou o diplomata.
Já a CEO do evento, Ana Toni, também destacou o avanço: “Nas últimas quatro COPs, não fomos capazes de abrir a agenda no primeiro dia. Então, isso é uma grande notícia para nós, porque, neste momento geopolítico, somos capazes de abrir a agenda”.
Um dos principais avanços esperados na COP de Belém diz respeito às metas climáticas nacionais, conhecidas como NDCs. Até o momento, pouco mais de 100 países apresentaram suas novas metas para 2035, mas a maioria ainda está distante do nível de ambição necessário.
Atualmente, as metas em vigor abrangem apenas cerca de 30% das emissões globais e, se cumpridas integralmente, resultariam em uma redução de apenas 4% até 2035. Segundo a comunidade científica, porém, seria necessário um corte próximo de 60% nesse período para manter o aquecimento dentro do limite seguro.
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