MILÃO, 17 DEZ (ANSA) – O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, assegurou nesta quarta-feira (17) que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia será assinado “agora ou em janeiro”, porém destacou que ainda são necessárias correções nas cláusulas de salvaguarda para o setor agrícola.
A declaração foi dada durante uma conferência sobre exportações em Milão, em meio às tentativas de países como a França de adiar a votação do tratado comercial na UE para 2026.
“Nós somos favoráveis a assinar o acordo, mas é preciso ver o que se pode e o que se deve corrigir nas cláusulas de salvaguarda para alguns setores do mundo agrícola”, declarou Tajani.
Segundo o ministro italiano, o tratado será assinado assim que essa questão for resolvida. “Será agora ou será em janeiro”, garantiu.
Na última terça (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que a premiê da Itália, Giorgia Meloni, e o presidente da França, Emmanuel Macron, “assumam a responsabilidade” para assegurar que o pacto de livre comércio seja firmado ainda neste ano.
“Eu espero que meu amigo Macron e a primeira-ministra Meloni assumam a responsabilidade. No sábado agora, eu estou indo para Foz do Iguaçu fazer uma reunião com a participação da União Europeia. Eu espero que eles tragam a boa notícia de que vão assinar o acordo e que não vão ter medo de perder competitividade com o povo brasileiro”, disse o petista.
A Itália pede que o tratado de livre comércio assegure reciprocidade nas regras praticadas pelo setor agropecuário na UE e no Mercosul.
“Aquilo que é imposto aos nossos produtores, que, na nossa visão, é correto, como regras sobre direitos trabalhistas, pesticidas, antibióticos, deve ser garantido nos produtos que chegam, que frequentemente têm preços mais baixos devido a custos de produção menores, na ausência da proteção aplicada ao nosso mundo produtivo”, afirmou nesta quarta o ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida. (ANSA).