ROMA, 16 DEZ (ANSA) – O ministro da Agricultura e da Soberania Alimentar da Itália, Francesco Lollobrigida, afirmou que o país não é contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, mas alertou que o pacto não deve ser concretizado com pressa.
O político, que participou de um evento nesta terça-feira (16), acrescentou que o bloco europeu está dividido sobre o tema, com França, Áustria e Polônia demonstrando forte resistência. Ainda assim, o italiano não escondeu que considera o acordo positivo.
“Não somos contrários, queremos melhorar o Mercosul. É um bom acordo e queremos torná-lo excelente. Estamos avançando nesse sentido, por isso é melhor não apressar as coisas”, declarou Lollobrigida.
O ministro lembrou que o continente está “dividido” e que alguns países europeus não receberam de braços abertos a possibilidade de assinatura do pacto comercial com o bloco sul-americano.
“Por que, em um momento de fragilidade da Europa, precipitar-se em um cabo de guerra entre nações, em vez de trabalhar para aprovar um acordo comercial equilibrado em todos os aspectos?”, questionou.
O presidente da Confederação-Geral da Indústria Italiana (Confindustria), Emanuele Orsini, demonstrou confiança de que o governo de Giorgia Meloni apoiará o acordo com o Mercosul.
“Acredito que precisamos encontrar o equilíbrio certo, inclusive para os agricultores. Sabemos que o nosso tecido social é composto pela indústria e pela agricultura e que esses setores se complementam. Precisamos chegar a esses compromissos nos próximos dias, com humildade e pragmatismo, porque precisamos ser uma Europa unida e forte nos níveis industrial e produtivo”, afirmou.
Na França, o Senado aprovou uma resolução que solicita ao governo francês recorrer ao Tribunal de Justiça da União Europeia para tentar bloquear o acordo de livre comércio com o Mercosul, acusando Bruxelas de ignorar os Parlamentos nacionais.
Já na Alemanha, o secretário de Estado para Assuntos Europeus, Günther Krichbaum, avaliou que o bloco europeu precisa, “mais do que nunca”, do Mercosul.
“É essencial abrir novas rotas comerciais e acessar novos mercados. O mercado sul-americano certamente faz parte disso. As vantagens claramente superam as desvantagens”, concluiu. (ANSA).