Aposentado da política municipal, o ex-vereador Milton Leite ainda deve colocar sua digital na Câmara Municipal de São Paulo. Segundo ele, o Legislativo será comandado pelo União Brasil, seu partido, pelos próximos quatro anos.
Nesta quarta-feira, 1º, Leite fez um balanço de seus sete anos à frente da Casa e afirmou que a presidência da Câmara pertence à legenda “por direito”. Ele explicou que será adotado um esquema de rodízio entre os membros do partido.
“Sim, nós temos direito aos quatro anos. Quando compusemos o acordo, o cargo do vice é por quatro anos, o prefeito também”, declarou.
“Agora, internamente, haverá rodízio. Eles fizeram o acordo prévio, está assinado e firmado”, completou.
O acordo para a presidência da Câmara foi selado há pelo menos cinco meses, quando o partido anunciou apoio à candidatura de Ricardo Nunes (MDB) à Prefeitura da capital. Na época, o União Brasil abriu mão de indicar o vice-prefeito em favor de Ricardo Mello Araújo (PL), nome sugerido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas garantiu o comando da Câmara em 2025. A novidade é que o partido manterá a presidência durante toda a legislatura.
O primeiro vereador a participar do rodízio será Ricardo Teixeira, eleito presidente da Câmara neste ano. Ele recebeu 49 votos, incluindo o apoio do PT e da Rede, partidos de oposição.
Teixeira era o favorito desde pelo menos duas semanas atrás, quando foi indicado por Ricardo Nunes, o que representou uma derrota para Milton Leite, que queria emplacar seu afilhado político, Silvão Leite (União Brasil), na presidência da Casa. A indicação de um “novato” gerou insatisfação entre alguns vereadores, que apoiaram a decisão de Nunes e alertaram Milton Leite sobre o risco de uma possível derrota.
Outro nome que tentou concorrer foi Rubinho Nunes (União Brasil). No entanto, sua candidatura foi vetada pelo prefeito, que se sentiu traído após Rubinho declarar apoio a Pablo Marçal (PRTB) durante as eleições municipais.
Ricardo Teixeira permanecerá no comando da Câmara até 2026, quando uma nova eleição será realizada. O nome de Silvão Leite ainda circula nos bastidores, mas há especulações sobre a possibilidade de uma reeleição de Teixeira caso um novo acordo seja firmado.