Relação dos principais acontecimentos no Egito desde a revolução de janeiro de 2011 que acabou com 30 anos do regime de Hosni Mubarak.
– 25 de janeiro de 2011: manifestações em massa contra Mubarak tomam as ruas do Egito. Assim como aconteceu na Tunísia, onde o presidente Zine el Abidin Ben Ali foi obrigado a fugir, a revolta pede a saída do Rais.
– 1 de fevereiro de 2011: mais de um milhão de manifestantes saem às ruas do país, uma maré humana se concentra na praça Tahrir, no Cairo, epicentro dos protestos.
– 11 de fevereiro de 2011: Mubarak renuncia e entrega o poder ao Conselho Supremo das Forças Armadas, dirigido pelo marechal Husein Tantaui. A repressão da revolta deixou mais de 850 mortos. O exército promete uma “transição pacífica” para um “poder civil eleito” pelo voto popular.
– 28 de novembro de 2011: primeiro turno das eleições legislativas, que se estendem até janeiro. Os islamitas conquistam quase dois terços dos assentos, a metade para a Irmandade Muçulmana.
– 30 de junho de 2012: o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, é eleito com 51,73% dos votos e se torna o primeiro presidente eleito por sufrágio livre no Egito. É também o primeiro islamita e primeiro civil a presidir o país.
Em agosto, Mursi afasta o marechal Tantaui, que é substituído pelo general Abdel Fatah al Sissi, chefe dos serviços de inteligência militar.
– 3 de julho de 2013: Após manifestações em massa exigindo a saída do presidente um ano depois de sua eleição, o Exército derruba Mursi e anuncia eleições antecipadas. Mursi é preso “preventivamente” no Ministério da Defesa, enquanto sua equipe de governo é mantida presa em um prédio militar.
– 14 agosto de 2013: intervenção violenta das forças de segurança para dispersar os partidários de Mursi de duas praças do Cairo. O registro oficial indicava 578 mortos, sendo 535 civis, e mais de 3.500 feridos em todo o país. A Irmandade Muçulmana, contudo, diz que o número de mortos chega a 2.200 e mais de 10.000 feridos.
A Presidência decreta estado de emergência por um mês em todo o país. O governo também impõe toque de recolher no Cairo e em outras 13 províncias. O vice-presidente Mohamed ElBaradei renuncia ao cargo.
– 8 de junho de 2014: Sisi, eleito presidente com 96,9% dos votos, após eliminar toda a oposição, a começar pela islamita, mas também a liberal e laica, é empossado em uma cerimônia que oficializa o poder que já exerce há um ano. Em janeiro, uma nova Constituição, que reforça os poderes do exército, foi aprovada por referendo.
– 31 de outubro de 2015: os 224 ocupantes de um Airbus A321 russo morrem no Sinai, em um ataque reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).
O país é palco de um levante jihadista, o braço egípcio do EI multiplica os ataques mortais contra a polícia e o exército.
Desde a destituição de Mursi, Rússia e Egito haviam reforçado a sua cooperação.
– 10 de janeiro de 2016: o novo Parlamento, eleito nas eleições legislativas no final de 2015 e amplamente às ordens do presidente Sisi, celebra a sessão de abertura. Foi a primeira sessão da câmara desde sua dissolução em 2012.
– 3 de novembro de 2016: O Banco Central decide flutuar a libra egípcia, uma medida que levou a uma forte desvalorização em relação ao dólar, mas que acontece no contexto das reformas econômicas necessárias para permitir que o Egito obtenha um empréstimo de 12 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI)
O mais populoso dos países árabes, que atravessa uma profunda crise econômica, obtém em 12 de novembro o empréstimo do FMI.