O Jornal Nacional na segunda (22) inaugurou a temporada de entrevistas com os candidatos à Presidência da República na eleição deste ano. Nesta sexta-feira (26), Simone Tebet (MDBT) foi a última a ser entrevistada e falou a respeito de corrupção, polarização, plano de governo, educação e economia. 

Nas sabatinas do programa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro da série. Na terça-feira (23), houve a participação de Ciro Gomes (PDT) como segundo entrevistado. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na quinta-feira (25).

Para abrir a entrevista, a jornalista Renata Vasconcellos questionou a candidata Simone Tebet sobre o envolvimento de alguns integrantes MDBT em corrupção. Ela afirmou que “teve sim uma meia dúzia que estiveram envolvidos no mensalão, mas eles não estão mais conosco”.

Simone ainda aproveitou a oportunidade para dizer que “tentaram puxar meu tapete até pouco tempo atrás. Se tivesse um tapete aqui já teria caído da cadeira também. Tive de vencer uma maratona com muitos obstáculos. Nós tivemos oito candidatos, e eu permaneci. Passou Natal, virou Ano-Novo, chegou o Carnaval, disseram que o partido seria cooptado. Tentaram numa fotografia recente levar o partido para o ex-presidente Lula, judicializaram”.

Então a apresentadora perguntou se a candidata pretende ceder de alguma forma para poder dialogar com outros partidos para aprovar pautas de interesse do seu eventual governo. “Não (vamos ceder cargos). Nós vamos governar com os partidos que se somam conosco, ninguém faz nada sozinho. Mas vou exigir apenas duas coisas para se estar nos ministérios: ser honesto e ser competente.”

“Não vou impedir de forma os órgãos de fiscalização e controle de entrar dentro do meu governo e dentro de qualquer poder”, completou.

Apoio do partido

Na sequência, o jornalista William Bonner instigou Simone Tebet sobre qual foi o motivo de não ter conseguido unir o partido entorno do seu nome. Então a candidata respondeu: “Estamos diante de uma polarização que está levando o Brasil para o abismo. Em compensação, temos muitos prefeitos de alguns estados nos apoiando. Também temos o governador do estado de São Paulo, que inclusive vai dar palanque para outros candidatos. Mas o mais importante é que eu só preciso de um caixote e um microfone”.

“Agora é hora de eu me dirigir às pessoas e falar que temos o melhor programa de governo. (Com ele), temos condições de resolver o problema da fome, da desigualdade, da miséria, garantir uma educação de qualidade e uma saúde descente”, completou.

Economia

O apresentador William questionou Simone sobre o seu programa permanente de renda, ela afirmou que tem “o melhor time de economistas liberais do Brasil, com isso, temos um compromisso fiscal. A agenda prioritária do meu governo são as pessoas para erradicar a miséria, diminuir a pobreza e acabar com a fome. É inadmissível um País que alimenta o mundo não ter a capacidade de alimentar os nossos filhos”.

“Quais são as maiores sequelas da pandemia? O que mais nos chocou do que as mortes dos nossos entes queridos? Foi o nosso déficit na grade curricular das nossas crianças e as filas intermináveis de consultas, exames e cirurgias”, acrescentou.

Na sequência, o apresentador afirmou que a candidata manifesta diversas intenções no seu plano de governo e perguntou se ela poderia ser mais específica. Então Simone disse: “A campanha começa hoje e nós estaremos na campanha eleitoral falando disso”. Nesse momento, ela aproveitou para falar que o orçamento secreto não se acaba apenas com o diálogo, é preciso “transparência, com uma portaria exigindo que todos os ministros abram as contas de seus ministérios”.

“Sou relatora do projeto ‘Lei de Responsabilidade Social’ que foi feito pelos maiores economistas liberais deste País. Temos uma meta de erradicar a miséria em quatro anos. Este projeto depende da Reforma Tributária e do Brasil voltar a crescer”, acrescentou.

Educação

William Bonner pontuou que a avaliação do ensino médio do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) se manteve estagnada no período em que a candidata foi vice-governadora de Mato Grosso do Sul. Então Simone respondeu: “Primeiro que eu não era governadora e não tinha a caneta na mão. Mas posso te garantir que saímos do governo do estado com os melhores salários e valorização dos professores. Agora o Ideb deu um salto e, se não me engano, o ensino médio em Mato Grosso do Sul está entre os três melhores”.

“Quero dizer para a classe política: ‘Façam educação de qualidade para salvar o povo brasileiro’, é só isso que vai salvá-los. Qual é o direito social mais importante do cidadão? É o direito ao trabalho, mas não há isso sem qualificação. O brasileiro tendo educação, ele tem o direito ao trabalho”, completou.

Considerações finais

No final da sabatina, Simone Tebet teve um minuto para se dirigir aos telespectadores. Confira o que ela disse:

“Quero dizer que eu quero ser presidente da República porque o Brasil precisa seguir um caminho diferente, não é possível continuar como está. O Brasil precisa de união, de amor e de cuidados verdadeiros. Nós vamos colocar as pessoas em primeiro lugar, para acabar com a fome e com a miséria… Tenho experiência e sou ficha limpa. Por isso vou estar todos os dias pedindo autorização para entrar na sua casa, com um campanha simples e direta para apresentar soluções reais para os problemas reais da população brasileira. Comida mais barate, educação, saúde de qualidade, emprego e renda, esse é o nosso compromisso, para isso eu preciso da sua confiança, do seu apoio e do seu voto”.