Em carta ao Conselho de Administração da Vale, dez acionistas críticos à empresa alegaram quebra de confiança do investidor e prejuízos à companhia para pedir a imediata demissão da diretoria, que, segundo eles, seria responsável pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, acidente que caminha para uma saldo de mais de 300 mortes. Eles avaliam que como afastamento dos diretores as investigações poderão seguir com maior isenção.

“É evidente que a manutenção dos Diretores Executivos em seus cargos, a cada dia que passa, compromete uma investigação isenta e profunda sobre os fatos, na medida em que essas pessoas tenderão a evitar ao máximo que a responsabilidade sobre a tragédia recaia sobre eles mesmos”, afirmaram em carta ao Conselho distribuída durante coletiva em Brumadinho pelo grupo Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, que lidera o movimento dos acionistas críticos à mineradora desde 2010.

Os acionistas usaram na carta o próprio regimento interno da companhia para cobrar uma atitude do Conselho, lembrando que é dever do Conselho de Administração proteger o patrimônio da sociedade, e maximizar, no longo prazo, o retorno do investimento dos seus acionistas.

“É urgente que este Conselho de Administração tome medidas firmes e enérgicas no sentido de garantir uma investigação livre de qualquer suspeita e de impedir novas tragédias, assim como a perpetuação dos danos à reputação da empresa, ameaçando a viabilidade de seus negócios no Brasil e nos diversos países em que tem operações”, explicaram na carta. “A imediata destituição dessas pessoas significará um primeiro sinal efetivo dado pelo Conselho de Administração da empresa não só aos acionistas como também a todo o mundo no sentido da recuperação de sua credibilidade e do compromisso com a verdade, doa a quem doer”, completaram.

Outra carta foi remetida ao Conselho Fiscal da Vale, na qual os acionistas pedem que seja convocada imediatamente uma Assembleia Geral Extraordinária para prestar informações detalhadas aos acionistas.

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