Quedas (de altura ou não), queimaduras, afogamentos e intoxicação são algumas das ocorrências mais comuns, por isso vigilância deve ser constante 

Por Carolina Kirchner Furquim, da Agência Einstein

Quem tem criança dentro de casa, sabe: a atenção aos pequenos deve ser constante, dada a grande incidência de acidentes, que acontecem ao menor deslize. Os acidentes domésticos passam a ser mais frequentes quando o bebê começa a engatinhar, por volta dos oito meses de idade. A partir daí, quando se mantém em pé e começa a andar, já existe o risco de escalar pequenos obstáculos, o que torna as aberturas de janelas, por exemplo, extremamente perigosas.

A queda é o acidente que encabeça o ranking dos mais comuns dentro de casa, envolvendo crianças. Dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, revelam que, somente em 2013, 753 crianças foram internadas no país em virtude de “queda de ou para fora de edifícios ou outras estruturas”. A média anual de mortes no Brasil é de 33 crianças, desde então. Dados da ONG Criança Segura apontam que as quedas costumam acontecer, mais frequentemente, entre crianças de até nove anos de idade – dado corroborado pelo Ministério da Saúde, que alerta que acidentes domésticos são a principal causa de morte em crianças de até 9 anos no Brasil.

Então, telar janelas, sacadas, varandas, mezaninos, guarda-corpos e quaisquer outros vãos que apresentem risco de queda, é mandatório para quem tem criança em casa. “A recomendação é que as telas sejam instaladas antes mesmo do nascimento, para prevenir acidentes com bebês que se mexem e se impulsionam do colo”, orienta o médico pediatra Luiz Renato Valério, do Hospital Pequeno Príncipe, instituição pediátrica de Curitiba (PR), referência no atendimento a crianças.

Todas as janelas da residência devem ser teladas, até mesmo as dos banheiros, que costumam ficar de fora por conta da altura de instalação e dimensão reduzida. Quem tem o modelo basculante em casa também pode e deve utilizar o recurso. Nestes casos, a rede é instalada por dentro do imóvel. Se houver preocupação com a limpeza das esquadrias, empresas especializadas oferecem telas removíveis como alternativa.

Outros perigos em casa

As quedas, contudo, não devem ser a única preocupação, uma vez que há muitos outros acidentes domésticos recorrentes e comuns a crianças que exploram ambientes internos e externos. Além da queda de altura, ambientes lisos e molhados, como o box do banheiro, também são de potenciai risco, o que torna importante que o banho de crianças maiores aconteça com a supervisão de um adulto.

Bebês, apesar da pouca mobilidade, demandam atenção especial, já que podem se machucar com gravidade ao cair de lugares comuns. “Cama, sofá e berço são locais de quedas recorrentes. Orientamos os pais e responsáveis que se assegurem sempre de que o bebê estará em segurança quando acordar e não houver supervisão no momento”, continua Valério.

Em ambientes molhados, a preocupação deve ser, além da queda, também com o risco de afogamento. Por isso, crianças não têm qualquer indicação de ficar sozinhas em locais com baldes, bacias, tanques e banheiras, por exemplo, que oferecem risco de afogamento mesmo com água em pouca altura.

Queimaduras também são recorrentes entre as crianças dentro de casa. Segundo o médico, elas não devem circular pela cozinha, especialmente quando o fogão estiver em funcionamento. “O problema não é somente o fogo. É preciso considerar o acesso ao gás, à porta do forno, à água e óleo ferventes e a panelas que possam ser puxadas pelo cabo”, elenca. O atendimento a queimaduras nunca deve ser feito em casa ou com receitas caseiras.

Ainda na cozinha, é preciso ter atenção redobrada com objetos cortantes, como facas, tesouras e vidros. “São todos utensílios que devem ser guardados, preferencialmente, em armários altos e gavetas às quais as crianças realmente não tenham acesso”, orienta o médico.

O risco de intoxicação também precisa ser considerado dentro de casa. Ela acontece, geralmente, com remédios, produtos de limpeza e inseticidas, que devem ser armazenados em locais reservados e sem acesso. “A ingestão é risco real, especialmente pela curiosidade que esses produtos geram. Se acontecer, os adultos devem saber que provocar o vômito nunca é indicado. A orientação expressa é pela busca de ajuda profissional em pronto-atendimento”, diz Valério.

A ingestão de corpo estranho é outro problema comum entre a população pediátrica, com a maioria dos casos registrada em crianças com menos de cinco anos de idade, segundo o especialista. “Por isso, destinar atenção às indicações da faixa etária ideal, feitas pelos fabricantes de brinquedos, é importante. A verdade é que nada dentro de casa pode ser negligenciado, dado o risco de acidentes que há em praticamente tudo em se tratando do público infantil. Subestimar o risco é a primeira conduta para que um acidente aconteça”, finaliza o médico.

Fonte: Agência Einstein

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