Preso na cidade gaúcha de Gramado, o cirurgião plástico Klaus Brodbeck é acusado de assédio e abuso sexual por pacientes, incluindo menores de idade. As denúncias na polícia já somam quase 100 mulheres, as quais acusaram o médico de condutas inadequadas com métodos invasivos, conforme reportagem exibida pelo Fantástico no último domingo (18).

“Ele botou minha mão na virilha dele. Ele tava excitado. Eu era uma menina de 14 anos”. “Eu achei que ia ser estuprada”. Os relatos são de ex-pacientes do mesmo médico: Klaus Brodbeck, cirurgião plástico de Porto Alegre.

O cirurgião possui um perfil em rede social com aproximadamente 100 mil seguidores e matinha uma carreira de sucesso a princípio. No entanto, o número de mulheres que denunciaram Klaus começou a aumentar.

“Tá, mas deixa eu ver tua barriga. E passava a mão na região da minha bexiga. Basicamente ali embaixo. Foi quando eu falei, não, não tenho interesse. Então, ele tocou no meu lábio. Daqui a pouco ele começou a botar o dedo dentro da minha boca. E ele mandava eu fechar a boca e puxava. E ele assim: ‘Dá uma empinada pra mim, te inclina e tal’. E daí eu comecei a ficar muito, muito nervosa e perceber o problema. E ele me perguntava se eu tava com frio, porque eu estava tremendo. Eu saí do consultório dele, eu fechei a porta e mandei uma mensagem: eu achei que ia ser estuprada. Se ele fez isso comigo acordada, o que ele não faz com as meninas que tão dormindo?”, conta Pamela, influenciadora que procurou Klaus em abril para aumentar os seios.

Em outro relato, uma das vítimas, a qual preferiu manter o anonimato, disse que realizou um cirurgia com Klaus em 2016. Na ocasião, ela disse ter visto algo diferente ao ir no banheiro no pós-cirurgia.

“Quando eu acordei eu tava numa sala de recuperação. E nisso eu fui no banheiro, eu notei que tinha uma secreção estranha em mim. Que não era da urina”, conta.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Ao denunciar o caso na polícia, a paciente ouviu: “O delegado já me disse que ele já tinha outros tipos de ocorrência desse gênero, e que provavelmente ele tinha feito uma coisa mesmo”.

O resultado do exame confirmou a suspeita dela: a secreção era sêmen. Mas apesar de haver outras ocorrências, as investigações na polícia não avançavam.

De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, o doutor Klaus Brodbeck já responde por outros procedimentos nos últimos 20 anos. Ao todo, o médico tem 23 processos administrativos nos quais é acusado de erro médico a abuso sexual.

Em sua defesa, Klaus Brodbeck nega as acusações e ressalta que apenas um lado da história tornou-se público, além de estar colaborando com as investigações.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias