Vestígios pré-hispânicos do que pode ter sido um local de adoração e ponto de observação astronômica foram descobertos no vulcão Pico de Orizaba, o cume mais alto do México, informou nesta segunda-feira (12) o Instituto Nacional de Antropologia (INAH).

Os vestígios se encontram na face oeste do vulcão, localizado no leste do México, entre os estados de Veracruz e Puebla, com pouco mais de 5.600 metros de altitude sobre o nível do mar e que também é conhecido como Citlaltépetl, que em nahuatl significa “monte estrela”.

“Foi identificada uma estrutura de tipo quadrangular, que poderia corresponder a um adoratório pré-hispânico com possível uso astronômico e ritual, denominado tetzacualco, como os registrados no Iztaccíhuatl, o Popocatépetl e no Monte Tláloc”, também vulcões, destaca o INAH em um comunicado.

Os vestígios estão a 4.230 metros de altitude e se voltam para um vale localizado entre os estados de Puebla e Tlaxcala. O sítio foi identificado como Poyauhtlan, que em nahuatl significa “Lugar onde as nuvens ficam leves”.

“Localizou-se uma estrutura quadrada; as paredes que a compõem apresentam as seguintes dimensões: o muro sul, 35 metros de comprimento; o poente [oeste] 35,7 m; o norte, 35,6 m, e o leste, 35,2 m, com uma área geral aproximada de 1.188 metros quadrados”, detalhou o comunicado.

Os restos da estrutura mostram, ainda, o que poderia ser um par de quartos e duas saídas de 2,0 e 4,6 metros, além do que se presume ser uma escadaria. No local foram encontrados restos de cerâmica e pontas de flecha de obsidiana.

O sítio não se encontra o trajeto habitual dos caminhantes e montanhistas que visitam o local, atraídos pelo imponente cume nevado do Pico de Orizaba, localizado em uma área natural protegida.

Os toltecas se estabeleceram entre os anos 650 e 700 da nossa era na região onde se encontra o Pico de Orizaba e se presume que tenham usado as montanhas para seus cultos.