Os esqueletos de um homem e um cavalo sem cabeça datados de cerca de 1.400 anos atrás foram descobertos em um cemitério na cidade de Knittlingen, no sul da Alemanha.

Segundo o arqueólogo Folke Damminger, do Escritório Estadual de Preservação de Monumentos do Conselho da Região de Stuttgart, o homem serviu aos reis merovíngios (que governaram um território espalhado pela Europa Central e por áreas da atual França de 476 d.C. a 750 d.C.) e provavelmente era um representante da elite da região.

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Entre os pertences encontrados ao lado dele estavam uma espada reta e de dois gumes, conhecida como spatha, e uma lança.

“Ele estava em uma ‘cadeia de comando’ com os reis merovíngios no topo, o que significava que ele era obrigado a participar das campanhas do rei”, explicou Damminger ao site Live Science.

“Como membro da elite local, ele provavelmente era o chefe de uma família agrícola composta por sua família e seus servos.”

Mas provavelmente o homem não se envolvia diretamente nas práticas agrícolas – ele teria trabalhadores para cuidar disso.

O homem foi enterrado com uma spatha, um tipo de espada de dois gumes, e uma lança (não mostrada). Crédito: Preservação de Monumentos no Conselho Regional de Stuttgart/F. Damminger (Crédito:Terra)

Manutenção de status

O cavalo pode ter sido decapitado como parte da cerimônia funerária do homem, disse Damminger. “Uma das funções dessa cerimônia era a ‘encenação’ do falecido em seu antigo status e riqueza como reivindicação dos seus sucessores para manter esse status”, explicou. A cabeça do cavalo ainda não foi encontrada.

Situado um pouco a oeste do centro de Knittlingen, o cemitério medieval foi descoberto pela primeira vez em 1920, durante as obras de construção de uma linha ferroviária que acabou abandonada.

Outras sepulturas no cemitério continham os restos mortais de uma mulher enterrada com um broche de ouro e homens enterrados com espadas, lanças, escudos e pontas de flechas.


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Broche de ouro do túmulo de uma mulher do início do século 7. Crédito: Preservação de Monumentos no Conselho Regional de Stuttgart/F. Dammerser

Cerâmica neolítica

Segundo os arqueólogos, enterros como esse são nitidamente mais luxuosos do que seus equivalentes do final do século 7. “Não se sabe se isso se deve à redução da prosperidade ou a uma encenação diferente dos enterros da elite local”, disse Damminger ao site alemão meinKA.

O local não contém apenas objetos medievais: foram encontrados lá também um punhado de fragmentos cerâmicos neolíticos datados de entre cerca de 5000 a 4500 a.C. “Como era de se esperar, dada a localização de Knittlingen em uma paisagem fértil de antigos assentamentos, as investigações também revelaram descobertas individuais pré-históricas, ou seja, da Idade da Pedra”, disse Damminger.

Os pesquisadores seguem analisando os restos do cavalo sem cabeça e seu cavaleiro a fim de descobrir a idade do homem, seu estado de saúde e a provável causa de sua morte.