O uso de energias renováveis deve aumentar “mais rapidamente nos países em desenvolvimento” para limitar o aumento da temperatura global a +1,5°C em relação à era pré-industrial, recomendou a Agência Internacional para Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês) em relatório divulgado nesta segunda-feira (30).

“As capacidades de energias renováveis devem aumentar mais rapidamente nos países em desenvolvimento, dada a crescente demanda de eletricidade e o importante papel das energias renováveis para remediar o déficit significativo de acesso à energia nesses países”, afirmou a Irena, semanas antes da conferência da ONU sobre o clima (COP28), que acontece de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai.

Esta recomendação deve, segundo a agência, contribuir para “triplicar”, até 2030, a capacidade mundial de produção de energias renováveis e, com isso, frear a mudança climática, em conformidade com o objetivo traçado pelo presidente da COP28, Sultan Al-Jaber.

Essas medidas “devem ser completadas com uma redução progressiva da produção de combustíveis fósseis, melhorando, modernizando e ampliando as infraestruturas físicas, e com uma maior flexibilidade da rede”, afirma o relatório.

Segundo a Irena, nos países em desenvolvimento será necessário “reduzir ao mínimo os riscos dos investimentos e permitir o acesso a financiamento de baixo custo”.

Nesse sentido, a agência defende uma “reforma” da estrutura financeira mundial para apoiar a transição energética dos países em desenvolvimento.

“O financiamento relacionado com o clima procedente dos bancos de desenvolvimento deve aumentar”, e o capital público, “desviar-se do setor dos combustíveis fósseis para as energias renováveis”, estimam os autores do relatório.

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