Ação publicitária do governo privilegiou clientes de secretário da Secom

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A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) privilegiou TVS que são clientes de uma empresa do secretário Fabio Wajngarten na distribuição de verbas da campanha publicitária sobre a reforma da Previdência. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Além das TVs que são clientes da FW Comunicação, de Wajngarten, emissoras religiosas também foram privilegiadas após o secretário assumir o comando da pasta.

Segundo a reportagem, antes da entrada de Wajngarten, na primeira fase da propaganda sobre a reforma da Previdência, a Globo nacional, de maior audiência, foi quem recebeu a maior parte dos recursos.

No entanto, após a chegada do atual secretário, a Globo nacional foi excluída do plano de mídia (documento que embasa a estratégia da ação publicitária e detalha investimentos), mantendo somente praças regionais da emissora.

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Assim, concorrentes de menor audiência ficaram com a maior parte da receita. De acordo com a Folha, Record, Band e SBT foram contempladas, respectivamente, com R$ 6,5 milhões, R$ 1,1 milhão e R$ 5,4 milhões, totalizando R$ 13 milhões.

As duas primeiras, mantém contratos com a FW Comunicação. O SBT foi cliente da empresa até o primeiro semestre do ano passado.

A legislação vigente proíbe integrantes da cúpula do governo de manter negócios com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões. A prática implica conflito de interesses e pode configurar ato de improbidade administrativa, se demonstrado o benefício indevido. Wajngarten nega irregularidades. Procurada pela Folha, a secretaria não se manifestou.