A ação da Polícia Militar que, em fevereiro de 2018, resultou na morte de oito suspeitos de ataques a agências bancárias, em Campinas, no interior de São Paulo, virou alvo de dois procedimentos de investigação, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Passado um ano da operação, ainda não houve uma conclusão sobre os fatos. As mortes de 11 suspeitos após o ataque a duas agências bancárias de Guararema, região metropolitana de São Paulo, também serão apuradas em inquérito da Polícia Civil.

No caso de Campinas, segundo a SSP, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Polícia Civil de Campinas instaurou inquérito para apurar a ação dos policiais do Batalhão de Ações Especiais (Baep) que, no dia 28 de fevereiro, interceptaram uma quadrilha suspeita de ataques com explosivos a caixas eletrônicos e mataram oito integrantes. Os laudos solicitados pela autoridade policial responsável pelo inquérito e os depoimentos das testemunhas já foram anexadas ao processo.

Segundo a pasta, no decorrer das investigações, foi realizada a reconstituição e a equipe aguarda esse último laudo para relatar o caso, que será encaminhado à justiça. Conforme a SSP, o Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pela Corregedoria da PM também está em andamento.

Segundo a versão da PM, uma carta manuscrita enviada à corporação denunciava a ação da quadrilha, dando detalhes do possível trajeto e dos alvos, os bancos de Joanópolis. Policiais do Baep da PM de Campinas armaram um cerco aos suspeitos. Dez viaturas e 40 policiais militares se envolveram na ação. O ataque aconteceu em uma estrada de terra próxima do quilômetro 122 da rodovia D. Pedro I, entre Campinas e Valinhos. Sete suspeitos morreram no local.

O oitavo suposto integrante da quadrilha teria conseguido fugir mesmo baleado, mas foi encontrado morto numa área próxima uma semana depois. Houve ainda a prisão de outro suspeito que também foi baleado, mas sobreviveu. Nenhum policial se feriu. Nos dois carros atacados pelos policiais, foram apreendidas 12 armas, entre elas três metralhadoras e um fuzil. Havia também farta munição e grande quantidade de explosivos.

Mortes

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Em 2018, segundo a Ouvidoria da Polícia, 851 civis foram mortos por intervenção policial em serviço e na folga, sendo 96% envolvendo a Polícia Militar e 4% a Polícia Civil. Em 2017, ocorreram 940 mortes. Na capital, a Ouvidoria registrou 315 mortes de civis por intervenção policial no ano passado, 42% do total. Na Grande São Paulo, as cidades de Guarulhos (39 mortes), Osasco (27), Carapicuíba (26) e Santo André (25) tiveram as maiores letalidades. A cidade de Santos, no litoral, teve alta taxa de letalidade policial (60 mortes de civis). As cidades de Campinas, com 23 mortes, e São José dos Campos, com 11, lideraram no interior.


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