Justiça francesa pede prisão de acadêmico islâmico acusado de estupro

Justiça francesa pede prisão de acadêmico islâmico acusado de estupro

A Justiça francesa solicitou nesta sexta-feira o indiciamento e prisão por estupro do polêmico acadêmico muçulmano suíço Tariq Ramadan.

Uma fonte judicial informou que a Promotoria de Paris pediu a prisão preventiva de Ramadam, que compareceu nesta sexta ante um juiz de instrução para seu possível indiciamento.

Após dois dias de detenção, o neto do fundador da organização egípcia Irmandade Muçulmana foi levado na quinta-feira à noite para a Promotoria de Paris, que pretende abrir uma investigação.

O acadêmico, de 55 anos, muito polêmico e influente, apresentou-se na quarta-feira após ter sido convocado pela polícia, responsável pela investigação preliminar aberta contra ele em novembro por acusações de “estupro e violência voluntária”.

O intelectual, professor de Estudos Islâmicos Contemporâneos na universidade britânica de Oxford, chegou a denunciar uma “campanha de calúnias”.

Duas mulheres o acusam de tê-las estuprado em 2009 e 2012. Tariq Ramadan nega categoricamente as acusações.

Henda Ayari, ex-salafista que se tornou uma militante feminista, acusa Ramadan de estuprá-la em um hotel em Paris em 2012. A defesa do acadêmico entregou à justiça documentos que, segundo ela, tentam desacreditar sua palavra.

Estes documentos incluem conversas através do Facebook em que uma mulher afirma ser Henda Ayari e faz propostas explícitas a Ramadan em 2014, ou seja, dois anos após a alegada violação. Propostas que Ramadan não aceitou.

A segunda denúncia contra Ramadan foi apresentada alguns dias depois da primeira por outra mulher que afirma ter sido estuprada em 2009 em um hotel na cidade de Lyon, no leste da França.

As duas mulheres foram interrogadas pela polícia, assim como a ensaísta francesa Caroline Fourest, que indicou que entregará documentos aos investigadores.

Em novembro, os advogados de Ramadan apresentaram uma denúncia por suborno de testemunhas contra Carolline Fourest, que combate o islamita há vários anos.