Por Guy Faulconbridge e Michael Holden

LONDRES (Reuters) – O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, negou nesta terça-feira a acusação de seu ex-conselheiro de que ele teria mentido ao Parlamento sobre uma festa no período de lockdown contra a Covid-19, dizendo que ninguém o havia avisado de que a reunião contrariava as regras.

Johnson enfrenta a crise mais grave de seu mandato após revelações sobre reuniões durante períodos de lockdown contra a Covid-19, quando os britânicos não podiam se despedir de parentes e enquanto a rainha vivia o luto pela morte de seu marido.

Levado ao principal cargo político do país para “entregar o Brexit”, Johnson conquistou a maioria mais expressiva de seu partido nos últimos 30 anos, mas agora enfrenta pedidos de renúncia por parte de seus adversários e até de seus próprios colegas de sigla.

Perguntado se havia mentido ao público e ao Parlamento, Johnson disse a repórteres: “Não. Ninguém me disse que o que estávamos fazendo era, como você diz, contra as regras, que o evento em questão era algo que estávamos indo fazer, algo que não fosse um evento de trabalho… pensei que estava participando de um evento de trabalho”.

Johnson evitou várias perguntas sobre uma renúncia caso ficasse provado que ele havia enganado o Parlamento. Mas ele se desculpou pelos erros cometidos na residência oficial de Downing Street.

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Johnson também pediu desculpas na semana passada ao Parlamento por comparecer à festa no dia 20 de maio de 2020 no jardim de Downing Street. Ele afirmou que compareceu por 25 minutos para agradecer à equipe.

“Eu acreditei implicitamente que aquele era um evento de trabalho, mas pensando em retrospectiva, eu deveria ter mandado todos para dentro”, disse Johnson ao Parlamento no dia 12 de janeiro.

Mas Dominic Cummings, um dos arquitetos da saída britânica da União Europeia e ex-conselheiro sênior que deixou o governo após discordâncias amargas em novembro de 2020, disse que Johnson havia concordado com a realização da confraternização dos funcionários com bebidas.

Cummings disse que ele e pelo menos um outro conselheiro disseram ao secretário principal privado (PPS) de Johnson Martin Reynolds, autoridade que convidou as pessoas à festa, que ela não deveria acontecer.

O alerta foi enviado por e-mail, de acordo com Cummings.

“Eu disse ao PPS que o convite quebrava as regras”, disse. “A ideia que o PPS foi contestado pelas duas pessoas mais sêniores do prédio, disse que checaria com o primeiro-ministro e não o fez –não é verossímil.”

(Reportagem de Guy Faulconbridge)

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