A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) criticou a elevação da taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto porcentual, para 14,75%, conforme decisão do Banco Central. Segundo a entidade empresarial, a medida terá impacto no mercado imobiliário.
“É fundamental que o ciclo de altas na Selic tenha um fim o quanto antes, para não comprometer o crescimento econômico e a geração de empregos”, afirmou a associação, em nota. “Juros elevados restringem o acesso ao crédito, inibem investimentos produtivos e ampliam o custo da dívida para empresas e famílias”.
A associação empresarial disse ainda entender que a elevação da Selic pelo BC é uma forma de combater a inflação, mas ponderou que o Brasil já tem o quarto maior juro real do mundo e apontou uma nova alta aumentará ainda mais os desafios da economia brasileira.
Como a Selic é uma das variáveis consideradas pelos bancos para a concessão de financiamento da casa própria, a medida deverá impactar o crédito. “Ao tornar o crédito imobiliário mais caro, esse nível de Selic também compromete o acesso à moradia para milhares de famílias brasileiras”, ressalta.
A Abrainc afirma ainda que defende um controle efetivo dos gastos públicos como caminho para possibilitar a redução sustentável dos juros no médio e longo prazo. “Somente com responsabilidade fiscal será possível destravar investimentos perenes, estimular a atividade produtiva e criar um ambiente favorável ao crescimento econômico sustentável”.
No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro, os lançamentos de imóveis no segmento de médio e alto padrão (com financiamento associado à Selic) subiram 5,5%, para 25.892 unidades no País, enquanto as vendas caíram 3,2%, para 41.568 unidades, de acordo com levantamento realizado pela Abrainc em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).