São Paulo, 24 – A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) refuta a acusação que determinou medidas provisórias pela autoridade de comércio exterior da África do Sul (Itac, na sigla em inglês), referentes à investigação antidumping movida contra os exportadores de carne de frango.

Segundo a ABPA, exportadores brasileiros não praticam dumping na África do Sul, tampouco nos mais de 140 países para os quais exporta e auxilia na segurança alimentar. “O governo Brasileiro, a ABPA e as empresas exportadoras se manifestaram formalmente nos autos do processo no último dia 17 de janeiro e, neste momento, se está avaliando a estratégia a ser seguida a partir de agora”, diz nota da entidade.

Esta é a segunda vez que a África do Sul impõe medidas protecionistas contra as exportações brasileiras de carne de frango, aponta a ABPA. Em 2011, o mesmo artifício foi usado contra os embarques brasileiros.

Em resposta, o Brasil moveu consultas bilaterais no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), que confirmou a ausência de dumping, impondo revés à investigação original sul-africana. “Frente à reiterada imposição de barreiras protecionistas, o Brasil, novamente, tomará todas as medidas cabíveis nos foros locais e globais”, diz.

De acordo com a associação, a longa e sólida relação comercial entre o País e a África do Sul, a ABPA espera que as autoridades sul-africanas possam rever a decisão que influencia, diretamente, os consumidores daquele país “em um momento difícil para a segurança alimentar global, em plena pandemia.”

Tarifas

Na sexta-feira (21), a África do Sul impôs tarifas antidumping provisórias sobre a carne de frango com osso importada do Brasil, Dinamarca, Irlanda, Polônia e Espanha, conforme o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Pretória. A tarifa antidumping sobre a carne de frango com osso brasileira é de 265% e ficará em vigor até junho deste ano. Anteriormente, o imposto sobre o produto do Brasil era de 62%. O País é o segundo principal exportador de frango com osso para a África do Sul, com uma fatia de 18% dos embarques, ao lado da Irlanda (18%) e atrás dos Estados Unidos (39%), de acordo com dados da Receita da África do Sul.