Uma publicação da página oficial da Academia Brasileira de Letras no Instagram provocou reação dos fãs de produções coreanas sobre a definição do termo “dorama”, classificado pela instituição como uma nova palavra da língua portuguesa.

Na segunda, 23, a ABL definiu dorama como uma “obra audiovisual de ficção em formato de série, produzida no leste e sudeste da Ásia, de gêneros e temas diversos, em geral com elenco local e no idioma do país de origem”. A academia disse ainda que os doramas surgiram no Japão na década de 1950 e “se expandiram para outros países asiáticos, adquirindo características e marcas culturais próprias de cada território”. Segundo a ABL, outras denominações são usadas para identificar o país de origem, como k-drama (coreanos) e c-drama (chineses). Mas fãs afirmaram que “dorama” não deveria ser usado como um termo guarda-chuva, pois geraria apagamento de produções de outros países asiáticos.

Manu Gerino, da página Coreanismo, explica a origem do termo “dorama”. “É realmente usado apenas para obras do Japão, nasceu da pronúncia do japonês. Não há encontro consonantal, então se coloca o som do ‘o’ entre o ‘d’ e o ‘r’. O mesmo acontece no coreano, mas não é o ‘o’ que é colocado e sim o ‘eu’.”

Para ela, ver o termo aparecendo na ABL é um primeiro passo para aumentar o alcance de produções coreanas, mas faltou conhecimento histórico. “Até a primeira metade do século 20, o Japão invadia a Coreia e proibia o idioma. Então, quando usamos um termo japonês, essa lembrança de violência vem junto.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.