ABL elege Milton Hatoum para ocupar a cadeira número 6

O escritor Milton Hatoum, de 72 anos, foi eleito nesta quinta-feira, 14, o novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). O autor amazonense ocupa a cadeira n.º6, que pertenceu a Cícero Sandroni, morto em 17 de junho.

Hatoum recebeu 33 votos, contra um dado a Antônio Campos. Também concorriam Eduardo Baccarin-Costa, Cezar Augusto da Silva, Paulo Renato Ceratti e Angelos D’Arachosia.

Considerado um dos grandes nomes vivos da literatura brasileira, Hatoum publicou nove livros de ficção. Além de autor de romances e contos, ele é também tradutor, professor e arquiteto – e foi colunista do Estadão entre 2008 e 2022.

Nascido em Manaus (AM), ele cursou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde atuou no movimento estudantil e chegou a ser perseguido pelo DOPS durante a ditadura militar. Hatoum lecionou na Universidade de Taubaté e na Federal do Amazonas, onde recebeu, em 2023, o título de Doutor Honoris Causa. Já foi também professor visitante na Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Seu primeiro livro, Relato de um Certo Oriente (1989), é centrado em uma família de origem libanesa – como a dele – vivendo em Manaus, e trata do choque cultural entre o Oriente e a Amazônia. Pelo livro, venceu seu primeiro Prêmio Jabuti, na categoria de melhor romance. E ganhou o prêmio novamente em 2001, por Dois Irmãos, e em 2006, por Cinzas do Norte. Suas histórias também renderam adaptações para a TV e o cinema. Dois Irmãos, por exemplo, deu origem à minissérie homônima da TV Globo, que foi ao ar em 2017.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.