O deputado Eduardo Cunha teve seu mandato cassado por imensa maioria essa semana. Podemos tirar uma importante lição com base na reação que essa notícia gerou, especialmente se compararmos com o impeachment de Dilma.

Não vimos ninguém indo às ruas defender uma tese de golpe, ainda que os mesmos argumentos utilizados por petistas no caso de Dilma se apliquem a Cunha. Ele foi eleito democraticamente, foi julgado pelo mesmo Congresso “sem moral”, fez o que outros antes dele também fizeram e foi pego por um “detalhe”, apesar do conjunto da obra.

Quem pode dizer que a mentira do deputado quanto à conta no exterior é mais grave do que o crime de responsabilidade fiscal? Logo, quem sustenta a “tese” de golpe no caso do impeachment tem, por coerência, que defender a mesma “tese” no caso de Cunha. Por que, então, os petistas celebraram sua saída, enquanto foram para as ruas depredar tudo após o impeachment?

A reação diferente abismal demonstra como os esquerdistas usam e abusam de um duplo padrão moral. Imbuídos da máxima marxista de que seus “nobres” fins justificam quaisquer meios, tudo que importa para um petista é se os crimes favorecem ou não sua “causa”. Dependendo disso, falam em golpe ou soltam fogos de artifício para comemorar a justiça e a ética.

Fica claro o abismo moral, intransponível:
ser petista é questão de caráter. Da falta dele

Se o critério é somente pragmático, então Cunha merece mais apoio do que Dilma. Afinal, ela foi a maior responsável, junto a Lula, pela completa destruição de nossa economia, com 12 milhões de desempregados, enquanto ele teve papel relevante justamente em sua queda. Cunha fez mais pelo Brasil com esse ato do que o PT em 13 anos de poder.

Mas eis o abismo moral: mesmo aqueles que entendem isso e consideram Cunha seu “malvado favorito” não se mobilizam para defendê-lo, tampouco derrubam alguma lágrima por ele. Por isso sua queda foi recebida com indiferença. Os brasileiros decentes compreendem que seu papel no impeachment não o exime de responder por seus crimes, e festejam o combate à impunidade.

Já os petistas só falam em ética da boca pra fora, pois na prática são cúmplices de bandidos, desde que petistas. Sua ética é não ter ética alguma. E se for preciso defender suas boquinhas e seus comparsas, estão dispostos a quebrar tudo, atacar a polícia, o juiz Sérgio Moro, a própria democracia.

Quem votou em Temer foram os petistas, duas vezes. Mas agora que ele é o presidente, num processo legítimo, os brasileiros decentes torcem para que dê tudo certo, que as reformas necessárias sejam aprovadas. Os petistas, uma vez mais, querem ver o circo pegar fogo, estão dispostos a afundar de vez o Brasil para salvar sua narrativa fajuta.

Novamente fica claro o abismo moral, intransponível. Ser petista é questão de caráter. Da falta dele.