‘Abin paralela’: Polícia Federal indicia Bolsonaro, Ramagem e Carlos

Ex-presidente Jair Bolsonaro
Ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Ton Molina/STF

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, e o vereador Carlos Bolsonaro (PL) no âmbito do caso que ficou conhecido como “Abin paralela”.

O relatório com as conclusões do inquérito que apura o uso ilegal de ferramentas na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) já foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, 35 pessoas foram indicadas.

+ Lista de espionados pela ‘Abin paralela’ vai de ministros do STF a jornalistas; confira

A investigação também respingou na atual gestão. Constam na lista de indiciados o atual diretor-geral da Abin, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o número dois da agência Alessandro Moretti.

Nome de confiança do PT, Corrêa já havia chefiado a Polícia Federal no segundo mandato de Lula, entre 2007 e 2001. A PF aponta que houve “conluio” entre a atual gestão da Abin e a direção anterior para evitar que monitoramentos ilegais viessem a público.

Segundo a corporação, a “Abin paralela” foi criada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tinha como objetivo espionar ilegalmente autoridades e personalidades públicas consideradas desafetos da então administração. Os membros da operação de espionagem trabalharam diretamente para Alexandre Ramagem, ex-diretor geral da Abin

O filho “02” do ex-presidente vem sendo apontado como principal nome de um suposto “núcleo político” da espionagem na Abin. O nome dele também apareceu na delação premiada do ex-ajudante de ordens do governo Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, que apontou Carlos como o líder do grupo de assessores do Palácio do Planalto que atuava nas redes sociais disseminando notícias falsas.

Em outubro de 2023, foi deflagrada pela PF a Operação Última Milha. O nome da operação faz referência ao software “espião” FirstMile. Segundo a investigação, o programa foi utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais.

Em janeiro de 2024, os endereços de Alexandre Ramagem foram alvos de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada.

* Com informações do Estadão Conteúdo