A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) prevê que o crescimento do setor este ano será menor do que o ano passado. A projeção oficial da Abimaq é de avanço do faturamento de 4,8% em 2019, contra 7,2% em 2018.

Em abril, o crescimento de 4,3% em relação ao mesmo mês do ano passado foi impulsionado pelas exportações, ao contrário dos meses anteriores. Mas a gerente de economia e estatística da associação, Maria Cristina Zanella, diz que o resultado foi influenciado por fatores atípicos, com a venda de três máquinas com valores muito elevados.

“Tudo que olhamos nos investimentos são empresas que estão chegando em seu limite e tem que modernizar o parque fabril. Nós estamos esperando agora crescimento de 4,8% e entendemos que, por a economia não estar crescendo, é um bom número”, afirma o presidente do Conselho de Administração da Abimaq, João Marchesan.

Maria Cristina diz que a expectativa é que nos próximos meses o crescimento do faturamento seja mais baixo do que o registrado no mesmo período do ano passado.

“O crescimento está diminuindo. Estamos aguardando a reforma da Previdência, aguardando a reforma tributária, aguardando menos ruído no Brasil para o empresário voltar a investir”, completou Marchesan.

Sobre o pacto que deve ser firmado entre o governo, o Congresso e o Supremo, com o objetivo de restaurar o crescimento econômico, conforme sinalizado em reunião nesta terça-feira em Brasília, o presidente da Abimaq disse que o Brasil precisa de entendimento entre os Poderes.

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A Abimaq tem a expectativa que a reforma da Previdência será aprovada até agosto. O presidente executivo da associação, José Velloso, também mostra otimismo com o andamento da reforma tributária, principalmente em função do que chamou de harmonia entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Velloso afirma que, em encontro com o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), autor da reforma tributária em tramitação no Congresso, o parlamentar disse que “a cada dois passos da reforma da previdência, a tributária vai dar um passo”.

Ele ainda manifestou que o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), proposto no texto de Baleia Rossi, é ideal, porque já incorpora os impostos estaduais e municipais. “O ICMS é o imposto mais prejudicial para o setor produtivo. Há dificuldade muito grande de o preço de venda, há 27 legislações.” Mas disse que o IBS esbarra no problema do pacto federativo, quanto ao Imposto sobre o valor agregado (IVA), que deve ser proposto no texto de reforma tributária do governo, tem a vantagem porque, se aprovado, não terá tempo de transição.

O presidente executivo ainda disse que vê, em feiras agrícolas e industriais, alguma disposição do empresário em investir, mas que o spread bancário é muito elevado. Marchesan também defendeu a redução da taxa Selic para impulsionar a economia.


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