28/05/2018 - 16:37
Levantamento realizado pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) aponta que 92,7% das empresas do setor tiveram suas operações prejudicadas, de alguma maneira, pela paralisação de caminhoneiros no País, que chegou ao seu oitavo dia.
O presidente-executivo da entidade, José Velloso, citou problemas no abastecimento. “É um problema muito grave. Só o fato de 92% das empresas, de um universo de 7.500 no País, terem problemas de todo o tipo, até comida para refeitório, mostra como a situação é séria”, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Os relatos das empresas associadas é de falta de diversas matérias-primas e componentes, além de dificuldade em obter combustíveis e lubrificantes para operar o maquinário. O quadro de associados da Abimaq conta com 1.500 produtores de máquinas e equipamentos.
Entre as medidas reivindicadas pelos caminhoneiros e atendidas pelo governo Temer, a que mais gera preocupação à Abimaq é o tabelamento dos preços de frete, conforme determina a MP 832/2018, que institui a Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas.
“O governo cedeu bastante, a principal preocupação é a tabela de fretes, que é um retrocesso muito grande. Também temos preocupação com a questão do subsídio ao diesel, quem é que vai pagar por isso?”, questionou Velloso.
Os prejuízos ainda não podem ser mensurados, disse o presidente da Abimaq, já que nem as entregas nem operações ainda foram normalizadas. “Daqui a alguns meses, quando IBGE soltar suas estatísticas, não tenho dúvidas de que vai haver queda na produção industrial, no PIB industrial, em função desta greve”, afirmou o executivo.
Por causa das dificuldades impostas pela paralisação, diz a entidade, produtos para exportação deixaram de ser embarcados, o que acarretou custos adicionais de armazenagem e logística ás empresas. “Atraso na entrega de mercadorias de clientes e fornecedores, paralisação parcial da produção, absenteísmo” e a falta de alimentos para as refeições dos funcionários são outros problemas verificados no levantamento.
Os empresários do setor informaram que, em caso de continuidade da paralisação, estudam medidas como adotar férias coletivas, dispensa de colaboradores, trabalho em regime de urgência e home office, redução da semana trabalhada e da produção.
A Abimaq informou ao Broadcast que, até o momento, 260 empresas participaram do levantamento, que seguirá coletando informações até a quarta-feira, 30.