São Paulo, 15 – A expectativa do setor de café solúvel é que, cinco anos após o acordo firmado entre Mercosul e União Europeia (UE) ser ratificado, as vendas do produto brasileiro ao bloco aumentem 35% em volume. A projeção é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Pedro Guimarães. “Estamos diante de uma revolução para a nossa indústria. A gente projeta que a partir do momento em que houver uma desgravação total do imposto, num período de cinco anos, temos plenas condições de crescer 35% em volume”, afirmou ele ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, durante lançamento em São Paulo de uma nova marca para o café solúvel brasileiro que a Abics apresentou em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

O acordo prevê que os cafés solúvel e torrado e moído terão as tarifas zeradas em quatro anos. Hoje, a tarifa é de 9%.

O diretor de Relações Internacionais da Abics, Aguinaldo Lima, explicou a projeção: “Há dez anos, o Brasil vendia o dobro do que vende para a União Europeia”, afirmou ele ao Broadcast Agro. “Essa projeção é uma leitura do que fomos no passado e das possibilidades – são dados fornecidos pelas próprias empresas, já que hoje o bloco é o nosso segundo maior mercado e as empresas conhecem seus clientes e podem fazer essas projeções”, disse.

Em 2018, o Brasil vendeu 489.235 sacas de solúvel para o bloco, com receita de US$ 74,39 milhões. De acordo com Lima, o País perdeu seu mercado na última década porque saiu do Sistema Geral de Preferências da União Europeia – uma lista de países em desenvolvimento que têm isenções de tarifas nas vendas ao bloco. “O Vietnã, nosso maior concorrente, está no Sistema e, por isso, tem tarifas bem menores”, afirmou.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias