SÃO PAULO, 23 JUL (ANSA) – Em um Estádio Nacional quase vazio por causa da pandemia, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, nesta sexta-feira (23), homenageou as vítimas do novo coronavírus e destacou a diversidade e a cultura do país asiático.   

O evento teve diversas apresentações, que focaram na preparação dos atletas isolados e nas tradições japonesas. Além disso, foi respeitado um minuto de silêncio ao longo da cerimônia em homenagem aos mais de quatro milhões de mortos pela doença.   

Seguindo a tradição, a Grécia abriu a entrada das delegações na cerimônia de abertura, que foi marcada por uma ordem diferente, respeitando o alfabeto do país-sede das Olimpíadas.   

A Argentina foi uma das primeiras delegações a entrar e uma das mais animadas da abertura. Ao longo do desfile, os seus membros pularam e cantaram bastante no Estádio Nacional de Tóquio.   

A delegação italiana, liderada por Elia Viviani e Jessica Rossi, desfilou agitando muitas bandeiras do país europeu. No final, os competidores, com largos sorrisos, tiraram diversas selfies para imortalizar o momento.   

O Brasil, por sua vez, foi o 151º a entrar no estádio. Para tentar minimizar os riscos de contaminação pela Covid-19, o país optou em reduzir a quantidade de pessoas na cerimônia. Os porta-bandeiras Bruninho e Ketleyn Quadros foram acompanhados por Marco La Porta, chefe de missão, e outro oficial administrativo.   

Entre outros destaques, os membros das delegações do Tajiquistão e do Quirguistão entraram sem máscara de proteção. Além disso, a Arábia Saudita teve uma mulher como porta-bandeira na cerimônia.   

Apesar da “recomendação” do Comitê Olímpico Internacional (COI), dos mais de 200 países participantes dos Jogos, cerca de 20 desfilaram com apenas um porta-bandeira, como Líbia, Etiópia, Iêmen, Omã e Emirados Árabes Unidos.   

Após o desfile, milhares de drones levantaram voo e formaram o símbolo dos Jogos Olímpicos de 2020 e um globo terrestre no céu.   

Na sequência, cantores famosos de diversas nações, como John Legend e Alejandro Sanz, cantaram uma versão do clássico “Imagine”. A canção também foi uma homenagem das Olimpíadas para a ativista Yoko Ono.   

Em seu discurso, o presidente do COI, Thomas Bach, elogiou todo o esforço para que as Olimpíadas saíssem do papel. O alemão destacou que o megaevento esportivo será um sinal de esperança para o futuro.   

“É um momento de esperança, muito diferente do que tínhamos imaginado. Somos parte de um evento que une o mundo e este sentimento de união é a luz no fim do túnel desta pandemia, que obrigou a nos separar. Só podemos estar todos aqui por conta dos nossos amáveis anfitriões, ao qual gostaríamos de expressar todo apreço e respeito”, disse Bach.   

O chefe do COI declarou que os atletas enfrentaram “grandes desafios” nestes últimos anos e destacou a luta e a perseverança de todos os competidores.   

Na parte final da cerimônia, uma chuva de origamis de pássaro caiu no estádio japonês e, na sequência, o imperador do Japão, Naruhito, declarou as Olimpíadas oficialmente abertas.   

Depois de passar por 46 prefeituras no Japão, a tocha olímpica, que foi carregada por profissionais de saúde e por estudantes japoneses na cerimônia, chegou até a tenista Naomi Osaka, que acendeu a pira olímpica. Ela é a primeira atleta do país a conquistar um Grand Slam de tênis.   

No geral, a festa foi mais enxuta e não contou com uma energia semelhante ao dos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, mas surpreendeu pela criatividade e tecnologia.   

Os Jogos Olímpicos de Tóquio, que começaram oficialmente hoje (23), vão ser disputados até o dia 8 de agosto. (ANSA).