Abel revela cláusula que trava renovação com o Palmeiras: ‘Se não ganhar títulos, posso ir’

Campeão pelo Palmeiras desde que chegou, em 2020, Abel Ferreira afirmou, após a vitória por 3 a 2 sobre o Atlético-MG, que tem um contrato de renovação por mais dois anos com o clube guardado há sete meses. Mas que só assinará quando a presidente Leila Pereira concordar em liberá-lo caso passe a temporada sem conquistas.

“Estou aqui porque ganhei. Só falta uma cláusula para assinar com o Palmeiras: se eu não ganhar títulos, posso ir embora. É a única que falta porque a Leila não quer colocar”, comentou Abel Ferreira em entrevista coletiva. “Tenho um contrato de dois anos para assinar desde janeiro, até 2027, mas só quero ficar se for para ganhar títulos e se vir essa vontade nos meus jogadores.”

O comandante português comentou sobre sua obsessão por conquistas ao analisar a atuação dominante do Palmeiras no triunfo sobre o Atlético-MG e a saída repentina de Richard Ríos para o Benfica.

“Continuo aqui porque ganhamos títulos, formamos equipes e valorizamos os jogadores. É um orgulho trabalhar com esses jogadores, com a presidente Leila (Pereira), mas o que me alimenta são títulos”, comentou. “Para assinar muito fácil, só colocar a cláusula. Não é reinventar, é olhar para os jogadores e trabalhar. Sempre provar que não sou bom o suficiente. Quando não penso assim, vocês (jornalistas) ajudam dizendo que não presta, que não é bom o suficiente, que precisa sair.”

É essa vontade dos atletas que Abel fez questão de elogiar na partida deste domingo. “Sem querer tirar o mérito do Mirassol, que joga de forma intensa e vem surpreendendo, os torcedores saíram frustrados do último jogo e isso reflete a nossa frustração. Hoje eles sentiram orgulho, mas ainda temos muito para trabalhar e espaço para melhorar os jogadores”, comentou o técnico, referindo-se ao empate por 1 a 1 no meio de semana, em partida ruim do Palmeiras.

A resposta da equipe, segundo o comandante português, veio diante do time mineiro. “Foi um dos melhores jogos que fizemos em casa, criamos dinâmicas novas. Tenho quase 700 jogos na carreira, fiz algumas asneiras, outras coisas boas, mas estou aqui para dar meu melhor e ajudar o Palmeiras a ganhar”, acrescentou, sem esconder a satisfação com a atuação dominante do time alviverde.

“O futebol é tão mágico, que hoje poderia ter acabado 3 a 3 e iam dizer que foi um péssimo jogo. Mas a atitude tem de ser essa, ganhando ou perdendo. Se tivesse empatado, teria ficado triste pelo resultado, mas orgulhoso pelos jogadores e pelo que foi apresentado”, acrescentou o técnico.

Abel também comentou a saída repentina do volante Richard Ríos para o Benfica, mas afirmou que o clube estava preparado. E elogiou o substituto do colombiano, Lucas Evangelista, que ganhou a vaga de titular horas antes da partida deste domingo.

“Sempre digo ao (diretor de futebol Anderson) Barros que quando conseguimos antecipar uma compra antes de uma venda, como foi o caso do Lucas Evangelista, é muito melhor. Sabíamos que o Ríos ia sair, o Lucas está conosco há muito tempo e isso ajuda muito. Vamos atrás de reposição, se vier, ótimo, senão vamos arrumar uma solução internamente”, analisou Abel. “O Lucas já era um líder no Bragantino, preparou-se enquanto não jogava, nem sabia se ia jogar hoje de manhã e fico feliz de ver seu trabalho recompensado.”