A vitória sobre o Cuiabá por 2 a 1 na estreia do Campeonato Brasileiro, neste sábado, no Allianz Parque, não foi o suficiente para agradar o técnico Abel Ferreira. O treinador revelou estar muito triste com a sua expulsão, ainda no primeiro tempo de partida. É a sétima vez que ele leva o cartão vermelho sendo comandante do Palmeiras.

“Hoje estou triste, triste mesmo. Uma parte do meu coração está feliz porque ganhamos um jogo difícil, mas estou triste. Eu gosto de ver futebol, sou intenso quando estou dentro das quatro linhas. Talvez seja essa tolerância zero, que ainda não estou adaptado. Mas estou triste”, disse o técnico.

“Acho que meus jogadores não mereciam ficar sem o treinador no banco. Eles sabem o quanto me esforço para os ajudar. Foi tudo muito confuso. Eu não queria ser expulso, tinha um objetivo meu. Fui expulso na Supercopa (do Brasil), levei dois amarelos até agora, mas não adianta. Não estava nos meus planos ser expulso hoje. Não sei se o trabalho que estou fazendo é suficiente, se é a tolerância zero, ou se o meu português não está claro”, disse o treinador em tom de desabafo.

Abel revelou não saber o motivo que o levou a ser expulso pelo árbitro Paulo César Zanovelli da Silva e garantiu que não fez nenhum tipo de xingamento. “Eu estou curioso para saber o que ele vai escrever. Mas o pior disso tudo é chegar em casa e enfrentar minha mulher e minhas filhas, quando tenho feito um esforço tremendo para melhorar nisso. Eu sei que tenho que melhorar nisso. Isso me tira a vontade de ser treinador, me tira a vontade de estar aqui. Estou muito curioso, mesmo, para saber o que o bandeirinha vai escrever no relatório”, afirmou.

Na súmula do jogo, com poucas palavras, o árbitro relatou que expulsou Abel Ferreira após ser informado pelo seu assistente, Bruno Boschilia, que o treinador palmeirense gritou as seguintes palavras “que arbitragem de merda”.

“O vermelho, sinceramente, não entendo. O árbitro está do outro lado, eu estou reclamando de uma falta que eu achava que era sobre o (Flaco) López. O bandeirinha deve ter confundido. Eu sequer falei com o árbitro. O auxiliar interpretou alguma coisa que eu disse, que estou muito curioso para saber o que é. Eu não ofendi. Tudo que puserem de ofensa, é mentira. Foi o bandeirinha que ouviu, o árbitro estava lá longe. Vocês viram o (Raphael) Claus falar. Há árbitros que não tenho problema nenhum. Talvez a regra nova de tolerância zero, mas como disse bem, tem que ser para todos. Foi uma arbitragem muito confusa”, disse.

O treinador ainda relatou um momento curioso na partida. Ele afirmou que um dos árbitros foi falar com ele em espanhol, sendo que a língua do treinador é a portuguesa, assim como no Brasil. “O fiscal de linha fala comigo em espanhol. Eu sou português, de Portugal. É a mesma língua. Não estou dizendo que sou santo, que não sou. Mas acho que foi uma tremenda confusão do bandeirinha”, completou.

Passado a estreia no Campeonato brasileiro, o Palmeiras precisa focar agora na reabilitação na Copa Libertadores. O time alviverde enfrenta o Cerro Porteño, na quinta-feira, às 21h, no Morumbi, pela segunda rodada da fase de grupos.