Abel Ferreira recebeu nesta sexta-feira o título de cidadão paulistano concedido pela Câmara Municipal. O treinador do Palmeiras compareceu ao ato solene realizado no Palácio Anchieta para ganhar a honraria.


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O salão nobre ficou pintado de verde e cheio de palmeirenses. Integrantes de torcidas organizadas também marcaram presença no evento. Alguns trouxeram camisas do clube alviverde e o livro “Cabeça Fria, Coração Quente” para tentar um autógrafo de Abel Ferreira.

O técnico do Palmeiras foi aplaudido logo em sua entrada. Na mesa, também esteve Silvia Grecco, secretária municipal da pessoa com deficiência e mãe do jovem Nickollas, vencedor do prêmio da Fifa Fan Award. No início do evento, a banda da Polícia Militar tocou o hino do Palmeiras.

Depois de receber presentes e ouvir as palavras do vereador Toninho Vespoli (PSOL), Abel foi às lágrimas, principalmente com o esforço feito ao deixar por quase dois anos sua família em Portugal. No evento, o técnico também esteve acompanhado da mulher Ana Xavier.

Abel Ferreira ainda foi informado que em breve receberá a Medalha de mérito esportivo do Estado de São Paulo. “A cidade de São Paulo é plural, diversa e acolhe pessoas de todas as partes do mundo. Hoje, Abel, você está sendo abraçado por todos os paulistanos. Não imagina a minha emoção de fazer parte desta justa homenagem. O Abel é uma pessoa tímida, se solta apenas à beira do campo. Desejo que fique aqui por muitos anos”, disse Silvia Grecco

“O título é pela sua liderança, respeito pelos funcionários do clube. Por falar sobre a formação dos jogadores da base do Palmeiras”, iniciou Toninho Vespoli. “Devemos valorizar o número de pessoas que visitam a cidade para acompanhar os jogos do Palmeiras”. Críticas à arbitragem e também à imprensa foram tônicas da cerimônia por integrantes da mesa solene.

No fim de abril, a Câmara aprovou por unanimidade a concessão do título para Abel Ferreira. O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) é de autoria de Vespoli. De acordo com o parlamentar, a concessão da honraria ao português é motivada não somente pelos títulos conquistados, como também pela relevância e notoriedade que a cidade de São Paulo ganha com um clube local vencendo importantes competição nacionais e internacionais.

“Os títulos do Palmeiras garantem um destaque ao nome da cidade onde o clube está. Cada vez que o Palmeiras joga e é campeão será dito ‘é aquele time do Brasil, de São Paulo’. Além disso, palmeirenses de todo o Brasil vêm até a cidade para ver o clube jogar. No fundo, acaba favorecendo o crescimento do turismo na cidade”, afirmou Vespoli, que adicionou outros motivos para a concessão do título. “Todo o trabalho feito pelo Abel, principalmente durante a pandemia, essa questão do ‘Todos somos um’ e do cuidado com os funcionários do clube. Isso é importante. Um protagonismo não apenas dos jogadores, mas de cada trabalhador dentro da instituição Palmeiras”, conclui em contato com a reportagem do Estadão.

No dia 30 de outubro, Abel Ferreira completará dois anos no comando técnico do Palmeiras. Neste período, o português enfileirou taças e segue em busca de novas conquistas. Até aqui, o técnico ganhou duas Libertadores (2020 e 2021), Copa do Brasil (2020), Campeonato Paulista (2022) e Recopa Sul-Americana (2022). O principal título que falta na coleção de Abel é o Campeonato Brasileiro. O Palmeiras lidera o torneio, com oito pontos de vantagem sobre o vice-líder Internacional, restando 11 jogos para o fim da competição.

“Sinto-me paulistano desde o primeiro dia. Como ser humano que sou tenho medos, receios, fraquezas, nem sempre sou bom pai, marido e treinador, mas aprendo com meus erros para ser melhor. Aprendo muito nas derrotas, mas nem sempre sou melhor exemplo”, disse Abel Ferreira. “Não ganhei nada sozinho, ganhamos os títulos coletivamente. Fico triste que os professores não sejam mais respeitados. São eles que podem nos ensinar a sermos melhores, em todos os aspectos. A diferença de um vencedor para um perdedor não é o número de títulos, é a capacidade de se levantar após as derrotas.”

Nascido em Penafiel, no norte de Portugal, Abel Ferreira não havia conquistado títulos como treinador de futebol profissional até chegar ao Brasil para treinar o Palmeiras. Aos 43 anos, o treinador renovou seu vínculo com o time alviverde para permanecer no comando técnico da equipe até 2024. Adaptado ao futebol brasileiro e conectado com o espírito palmeirense, Abel conseguiu convencer sua mulher Ana Xavier, com ajuda de alguns atletas do elenco, a se mudar para São Paulo, ao lado das duas filhas Inês e Mariana.

Após a conquista do primeiro título da Libertadores, Abel Ferreira teve um curto período de férias no início de 2021, quando pôde voltar a Portugal. Na capital Lisboa, foi recepcionado pelo presidente lusitano Marcelo Rebelo de Sousa, na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, e foi condecorado como Comendador da Ordem do Infante D.Henrique.

“O Brasil é uma potência, não só pelo tamanho, mas pela criatividade. Gosto daqui porque as pessoas sabem nos receber. É um orgulho representar uma das maiores cidades do mundo. Sou hoje mais um de vocês, sinto-me um cidadão paulistano”, concluiu Abel.

Nesta semana, o treinador também foi condecorado com o troféu Quinas de Ouro, mais alta distinção concedida pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a treinadores do país europeu. A honraria foi entregue pelo ex-atacante Helder Postiga, atual diretor da FPF e que veio a São Paulo somente para entregar o troféu ao amigo e antigo companheiro de Sporting.