Vitor Roque definiu o triunfo de virada do Palmeiras sobre o Fluminense por 2 a 1 nesta quarta-feira e ganhou elogios do chefe. Abel Ferreira fez longa reflexão a respeito da pressão que tem sofrido o atacante, que conviveu com seca de gols antes de voltar a marcar nesta quarta-feira, no Maracanã.
Para o treinador português, algumas críticas são “selvagens” e não existe equilíbrio nas avaliações, especialmente de atletas jovens como o “Tigrinho”, de 20 anos, o jogador mais caro do futebol brasileiro, comprado pelo Palmeiras por 25,5 milhões de euros em fevereiro deste ano.
“Quem teve que ouvir foi ele. Ele já sabe que para ser jogador neste País tem que aguentar as críticas selvagens que fazem a jogadores com 20 anos. Independentemente se ganham muito ou pouco, chamam de bagre. tem ódio. Isso deixa marcas emocionais nos jogadores”, refletiu o treinador.
“Estamos a falar de um jogador que é capaz, e como nós parece que vivemos em um mundo perfeito, que todo mundo faz tudo perfeito no trabalho.”
O problema, disse o técnico, não são só as críticas e ofensas, mas os elogios que mexem com o ego dos jogadores e suscitam comparações. “Aqui é 8 ou 80. Agora vão dizer que ele é o Pelé. Mas não é. É o mesmo Roque, tem defeitos e virtudes como todos”, ponderou.
“Claro que é bom, aumenta a confiança dele. É manter os pés no chão. temos que melhorar, ele individualmente, não só coletivamente. E temos que manter essa melhora, olhar pelos jogadores que temos agora e procurar a melhor forma. Porque aqui só importa quando ganha, nada mais importa”, prosseguiu.
Abel Ferreira voltou a listar o calendário congestionado, as viagens longas, o curto tempo de descanso, os gramados esburacados e as lesões para justificar o futebol ruim jogado pela sua equipe, que foi dominada na primeira etapa, mas mostrou melhora no segundo tempo.
“No Mundial, os times tinham três dias para descansar. Aqui não tem. É outra vergonha que ninguém fala. Por que os brasileiros tiveram bom desempenho na Copa? Porque tinham tempo para recuperar e gramados bons. Hoje foi a primeira vez que joguei no Maracanã com o gramado meia boca, nem bom”, completou.